01 - O Meu Filho Vê o Mar
02 - Mar Não Absoluto
03 - Ilha do Desterro
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Solista(s) e Orq./Ens. e/ou Coro/Conjunto Vocal
Instrumentação Sintética Barítono e Orquestra
Estreia
Data 2001/Aug/04
Intérpretes
Luís Rodrigues (barítono)
Orquestra Sinfónica Aproarte
Ernst Schelle (direcção)
Entidade/Evento Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim
Local Igreja de S. José de Ribamar
Localidade Póvoa de Varzim
País Portugal
Texto
Autor do Texto Alexandre Pinheiro Torres
Título do Poema ou Texto O Meu Filho Vê o Mar
Autor do Texto Alexandre Pinheiro Torres
Título do Poema ou Texto Mar Não Absoluto
Autor do Texto Alexandre Pinheiro Torres
Título do Poema ou Texto Ilha do Desterro
Notas Sobre a Obra
Da ligação do escritor Alexandre Pinheiro Torres à Póvoa de Varzim, cidade onde viveu onze anos, ficaram marcas indeléveis, que assomam em diversos e significativos momentos de toda a sua obra. Dela seleccionei três distintos poemas – O meu filho vê o mar, Mar não absoluto e Ilha do Desterro – que exprimem de forma particularmente feliz esse antigo e eterno fascínio pelo mar. Estas são, pois, as Canções de Negro e de Sal.
As palavras do poeta estão no princípio de tudo. Outra coisa não procurei, senão emprestar-lhes outra dimensão, outra visibilidade, outra luz. Espero que, no fim de tudo, as reencontremos intactas, na sua lúcida expressão de uma beleza trágica, feita de uma multiplicidade de olhares: entre imensidão e limites, sonho e desgraça, luta e calmaria, imortalidade e sobrevivência.
Em termos de escrita esta obra é um tanto heterodoxa. Tanto tem a ver com harmonia e contraponto, como com densidade e massa; com células e motivos, como com pontos, linhas e planos. Não recusa o impulso melódico: pressupõe-no. Partindo daí, para cada canção se define um ambiente específico, procurando preservar o espaço genuíno de cada poema. O tratamento orquestral e a recorrência de diversos elementos se encarregam de assegurar a cor geral da peça.
Mas, mais do que explicar a obra, interessa-me, sobretudo, que ela fale por si. Que ela possa tocar mais alguém, mais longe... Sempre me preocupou e ainda hoje me incomoda o continuado divórcio entre a música contemporânea e o público. Não escondo, por isso, alguma intenção pedagógica: sem renunciar àquilo que sou e de que gosto, procuro manter abertas as portas de comunicação – mesmo com aqueles que não lidam todos os dias com a música do nosso tempo. Se essa é uma questão técnica e estética, por isso responde o compositor. Pode ser que, gota a gota, a chuva se faça rio... Quem sabe, se, mesmo, o mar... Como aquele mar, tão insondável e fascinante, nos poemas de Alexandre Pinheiro Torres.
Porto, 15 de Abril de 2000
Fernando C. Lapa
Encomenda
Data 2000
Entidade Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim