Compositor, investigador e Professor Associado na Universidade de Ciências Aplicadas de Mainz – Paulo Ferreira-Lopes está Em Foco no MIC.PT em maio, para assinalar seu 60.º aniversário.
Ler mais
Categoria Musical Coro (a cappella)/Conjunto Vocal
Instrumentação Sintética Soprano, Mezzo Soprano e Barítono
Notas Sobre a Obra
“Esta obra é um conjunto de vinte peças breves que podem ser apresentadas na sua totalidade ou em grupos, onde a ordem também poderá ser alterada. A escolha deste tipo de texto - poesia, subentende para mim uma possível continuidade da própria obra deixando em aberto essa possibilidade. O Haiku é a expressão minimalista que pretende harmonizar o caos num único instante. Segundo a filosofia Zen é possível reconhecer o conceito de iluminação súbita que permite a perceção de uma verdade que une o transitório e o eterno num instante único, excluindo quaisquer tipo de antagonismos. O objetivo do poema é encontrar uma nova perspetiva para um tema tradicional, valorizando o fragmentário e o 'insignificante', o aparentemente banal e o casual, tentando sempre extrair o máximo de significado do mínimo material, em ultra-segundos de hiper-informação. Os mestres japoneses gostavam de dizer que o bom Haiku ninguém faz. Ele faz-se sozinho, num dado momento; tudo o que o poeta pode fazer é suspender os egoísmos da subjetividade para permitir que a realidade se transforme em significado. Por este motivo e pela sua brevidade, o haiku não tem 'estilo', ele é a marca registada de um eu gravada na obra como uma impressão digital. Musicalmente as três vozes: Soprano, Mezzo-Soprano e Barítono vão de encontro a este conceito de contemplação onde é explorada a ideia do texto como uma possível interpretação. O material musical consiste numa ideia que se prende a cada poema de forma quase efémera sem pretensões de um desenvolvimento ou direcionamento específico, tentando traduzir apenas o que o poema tenta anunciar.”