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Escritor de renome, José Gomes Ferreira manteve uma carreira como compositor durante as décadas de 1910 e 1920. Nascido numa família com fortes ligações à música, iniciou os seus estudos musicais aos 8 anos. Integrando, como pianista e bandolinista, um agrupamento de câmara - o Quarteto Beethoven, liderado por Manfredo Peixoto - Gomes Ferreira compôs várias valsas, fados e variações. A sua obra de maior repercussão pública foi, no entanto, o poema sinfónico Idílio Rústico, estreado pela Orquestra Sinfónica do Teatro Politeama, sob a direcção de David de Sousa, em 1918.
Em 1918, vinha também a lume o primeiro volume de poemas da autoria de José Gomes Ferreira. Trata-se de Lírios do Monte, uma obra que o próprio viria a classificar mais tarde como experiência pueril. No entanto, estava escolhido o rumo que viria a dar à sua carreira.
Depois de um hiato de mais de cinco anos, José Gomes Ferreira reatou a sua actividade de compositor durante a segunda metade da década de 1920, no período em que exercia funções de cônsul português em Kristiansund (Dinamarca).
Em 1948, é publicado Poesia I, obra com a qual o autor vê o seu trabalho poético reconhecido. Quinze anos depois, com Aventuras Maravilhosas de João Sem Medo, chega também a consagração junto de um público infantil, deleitado com esta fábula que apela à imaginação e à criatividade. Após a revolução de 25 de Abril de 1974, José Gomes Ferreira assume o cargo de presidente da Associação Portuguesa de Escritores quatro anos depois.
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