Isabel Soveral será a protagonista que se segue no ciclo Conversas com Compositores Portugueses Contemporâneos, organizado pelo Atelier de Composição, e que irá ter lugar no próximo dia 14 de Março pelas 17h00 no Gato Vadio no Porto. Jaime Reis, convidado da sessão em Fevereiro, será agora o intermediário a propósito da obra musical e a reflexão estética desta compositora editada pelo MIC.PT. Conversas com Compositores Portugueses Contemporâneos é um ciclo de encontros que procura dar a conhecer "quem são, como pensam a música, em que se inspiram para escrever" os compositores portugueses da actualidade. A partir de uma conversa informal, escutam-se obras da produção de cada um dos autores, servindo de mote para a abordagem ao seu pensamento composicional, técnico e estético.

A primeira série de concertos dos Encontros Nova Música em Vila do Conde, cujo director artístico é Eduardo Luís Patriarca, começa já a 29 de Março com o violetista João Pedro Delgado, que apresentará no Salão Nobre do Teatro Municipal de Vila do Conde às 16h30, algumas das peças do seu novo CD Viola e Electrónica - Música de Compositores Portugueses e ainda uma obra de Emmanuel Nunes. João Pedro Delgado pretende neste trabalho alargar o repertório português para viola, e agregando a electrónica, elemento fundamental da música actual. Assim, encomendou a João Pedro Oliveira, Eduardo Luís Patriarca e José Carlos Sousa, compositores editados pelo MIC.PT, e ainda a Sérgio Azevedo e Jaime Reis, obras que entretanto estreou, gravou. Outros concertos na série dos Encontros Nova Música em Vila do Conde estão agendados para Abril, Maio e Junho.

Numa série de concertos em Março, o Borealis Ensemble de António Carrilho (flautas de bisel) e Helena Marinho (pianoforte), irá apresentar obras de compositores portugueses: Pop-up (estreia) e Prelude in Fugue de Sara Carvalho, Paysages (estreia) de António Chagas Rosa, ambos os compositores editados pelo MIC.PT, assim como peças de Vasco Negreiros e Pedro Junqueira Maia. Os concertos decorrerão a 9 de Março às 19h no Palácio Foz em Lisboa; no dia 12 às 21h30 no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco; e no dia 16 às 18h no Auditório de Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro. O projecto Música Nova para Instrumentos Antigos consta de concertos comentados pelos próprios músicos, demonstrando como se reinventam e desconstroem noções comuns acerca das limitações históricas e organológicas de alguns instrumentos.

Duas novas publicações de Pedro Rebelo estão agora disponíveis através do site pessoal deste compositor editado pelo MIC.PT. Pedro Rebelo é professor e investigador no Sonic Arts Research Centre em Belfast e na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A primeira publicação, The Local and the Distributed in Sonic Arts, foi apresentada publicamente durante a conferência Invisible Places (Julho de 2014 em Viseu), fazendo referência a dois projectos participativos de arte sonora, em Belfast e no Rio de Janeiro. A segunda publicação foi apresentada durante a conferência INTER-FACE que decorreu em Novembro de 2014 em Lisboa e tem por titulo Instrumental Parasites: Interfacing the Fragile and the Robust.

No próximo dia 21 de Março, às 20h30, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL), dirigido por Alessandro Calcagnile, irá dar um concerto no Museo del Novecento em Milão, no âmbito do Festival 5 Giornate. O programa do evento será constituído por obras de criadores portugueses e italianos, entre os quais três compositores editados pelo MIC.PT: Carlos Caires com a obra Crossfade (2009), Jorge Peixinho com Deux Pièces Meublées (1988) e Llanto por Mariana (1986), assim como Clotilde Rosa com a obra No mais fundo de ti (2014). Adicionalemnte, no mesmo dia às 11h30 da manhã, o GMCL irá realizar um workshop na Associazione Amici del Loggione del Teatro alla Scala di Milano.

Filipe Lopes e Rui Dias, compositores editados pelo MIC.PT, fazem parte da equipa do Phonambient, lançado em Fevereiro na Casa da Música e produzido pela Sonoscopia, um projeto de documentação e transformação artística do património sonoro contemporâneo, para registar e disponibilizar numa base de dados digital os sons de uma determinada cidade ou região. A apresentação no Porto reuniu o trabalho desenvolvido nas cidades de Braga, Porto, Tondela, Guarda, Castelo Branco, Fundão e Abu Dhabi, sintetizando as ideias desenvolvidas por uma vasta equipa de participantes. Para além do lançamento do site phonambient.com, na Casa da Música foram apresentadas as obras de Carlos Guedes, Rui Dias, João Mascarenhas, Gustavo Costa, José Alberto Gomes, Filipe Lopes, João Bento e Colectivo Ausland, entre outros.

Jonas Runa, compositor editado pelo MIC.PT, defendeu a 19 de Janeiro na Universidade Católica Portuguesa a tese de doutoramento, Estéticas da Música Informática: a Energia Musical Irrealizada, obtendo assim o grau de Doutor em Ciência e Tecnologia das Artes com Especialização em Informática Musical e tendo recebido a classificação final Magna cum Laude. Entre os membros do júri de doutoramento encontraram-se dois compositores editados pelo MIC.PT, Paulo Ferreira-Lopes e António de Sousa Dias (orientador), assim como José Bragança de Miranda e Luís Cláudio Ribeiro. Na sua tese Jonas Runa propõe um estudo sobre a estética da música informática, abarcando pontos de vista históricos e críticos, desde Varèse até Radulescu, e apresentando o quadro filosófico da energia musical irrealizada, conceito desenvolvido com Jorge Lima Barreto.

Ângela da Ponte, compositora editada pelo MIC.PT, faz parte do júri do concurso de composição Île de Créations, organizado pela Orchestre Nationale d’Île-de-France em parceria com a Radio France, a associação Musique nouvelle en liberté, a editora Durand e a Sacem (Société des Auteurs, Compositeurs et Editeurs de musique). Este evento anual dirigido a jovens compositores permite-lhes confrontar as suas inspirações e os seus conhecimentos com o universo sinfónico da Orchestre Nationale d’Île-de-France, ao mesmo tempo dando ao público uma oportunidade única de assistir à criação de novas obras musicais. Neste sentido, no dia 3 de Março terá lugar a leitura final das peças a concurso aberta ao público, sendo que o concerto final intitulado Héroïque  irá decorrer no dia 16 de Abril na Philharmonie de Paris.

Este mês de Março, no contexto da nova série dos Dossiers . Compositores Portugueses dos séculos XX e XXI, editamos e disponibilizamos on-line mais duas publicações - a versão inglesa do Dossier n.º 1 de Paulo Ferreira-Lopes, e a nova edição, em versão portuguesa, do Dossier n.º 2 dedicado a Sara Carvalho.
A série, Dossiers . Compositores Portugueses dos séculos XX e XXI, tem como objectivo promover o trabalho dos compositores portugueses da actualidade, constituindo uma "introspecção" no trabalho de cada um dos criadores, sendo simultaneamente um incentivo para investigar e (re)descobrir a sua música, assim como a sua reflexão estética e filosófica. Cada um dos Dossiers é composto de uma nota biográfica, questionário/entrevista ou artigo musicológico, catálogo de obras com duas ordenações (por instrumentação e por ordem cronológica) e discografia.

Através da participação no projecto europeu MINSTREL, entre os dias 27 e 28 de Março, a Miso Music Portugal e o Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa, MIC.PT, organizam no O’culto da Ajuda concertos pela Orquestra de Altifalantes, Geografias electrónicas; assim como um encontro internacional dedicado à diversidade musical.
Este encontro vai juntar, durante dois dias, representares de vários Centros Musicais europeus, participantes no MINSTREL, cuja missão é a promoção da diversidade musical no âmbito da convenção da UNESCO, e que reúne 12 entidades de 11 países europeus: Grécia (líder), Eslováquia, Polónia, Áustria, Chipre, Bélgica, Eslovénia, República Checa, Portugal, Croácia e Letónia.
O encontro será acompanhado por espectáculos pela Orquestra de Altifalantes, Geografias electrónicas às 21h30 no O'culto da Ajuda, cuja programação incluirá frescos electroacústicos, históricos e actuais, oriundos de oito Centros Musicais da Europa, localizados no Chipre, Croácia, Eslovénia, Grécia, Letónia, Polónia, República Checa e Portugal. A música portuguesa estará representada por duas obras da autoria de Ângela da Ponte e João Castro Pinto.

Filipe Pires compositor, professor, musicógrafo e pianista deixou-nos no passado dia 8 de Fevereiro no Porto. O seu percurso apresenta um catálogo com mais de 60 obras, em que reivindicou a liberdade de utilização de uma variedade de estilos, desde os seus primeiros amores impressionistas, neoclássicos e atonais até à música electroacústica e formas abertas, sendo um dos pioneiros em Portugal destas duas abordagens.
Como se geneticamente estivesse destinado para a música, Filipe Pires revelou-se cedo como pianista e compositor. Terminou os cursos superiores de piano com Lúcio Mendes e de composição com Artur Santos e Jorge Croner de Vasconcelos. Realizou várias visitas aos Cursos Internacionais da Nova Música em Darmstadt, algumas das quais na companhia de Jorge Peixinho e estudou com Pierre Schaeffer em Paris, tendo trabalhado nos estúdios do Groupe de Recherches Musicales (1970-72). Depois assumiu a direcção do Conservatório Nacional onde introduziu a disciplina de música electroacústica e retomou a disciplina de análise. Com ligações fortes à Europa, desempenhou ainda as funções de especialista de música no Secretariado Internacional da UNESCO em Paris (1975-79), e aceitou os cargos de presidente da Direcção da Juventude Musical Portuguesa e de vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. Fez também parte da comissão instaladora da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo do Porto e foi director artístico da Orquestra Nacional do Porto durante três anos entre 1997 e 99. Para além de crítica de música, escreveu várias obras de carácter didáctico, biográfico e analítico sobre a música e músicos portugueses.
Filipe Pires é um ícone da história da música portuguesa dos séculos XX e XXI. Não se limitava a núcleos fechados, tendo afirmado que “os problemas específicos de cada obra determinam escolhas morfológicas e sintácticas próprias". A identidade da sua música alimenta-se da originalidade do seu discurso individual, que apresenta traços de libertação das influências, sintomas da necessidade de renovação, numa música que resulta de uma amálgama de várias tendências ou técnicas, contudo sem compromisso ou filiação directa, de que são exemplos as obras Akronos (1964), Portugaliae genesis (1968), Sintra - música para uma curta-metragem imaginária (1969), Homo Sapiens e Litania (1972), Monólogos (1983), Zoocratas (1984-87), Estudos de sonoridades (1993) ou Octólogos (2001), entre muitas outras.

Nos dias 10 e 11 de Março no São Luiz Teatro Municipal em Lisboa vai decorrer mais uma edição do festival Peças Frescas, cujo objectivo é a apresentação pública das estreias absolutas de obras dos alunos de composição da Escola Superior de Música de Lisboa. Criado em 2002, o projecto Peças Frescas é um "laboratório" que permite aos alunos de composição da ESML experimentar o resultado das suas criações musicais. O ciclo Peças Frescas veio possibilitar a experiência de tocar e ter a música tocada em concertos públicos num palco de referência da cidade de Lisboa. Ao envolver os alunos de composição, instrumento, canto e direcção, esta iniciativa permite também que se estabeleçam diálogos entre aqueles que inventam a música, os compositores, e aqueles que a dão a conhecer ao público, os intérpretes.