João Pedro Oliveira, compositor editado pelo MIC.PT, terá em Abril várias obras tocadas fora de Portugal. No dia 3 de Abril, na Northern Arizona University, nos EUA, onde o compositor realizará uma masterclass e uma conferência, serão interpretadas Towdah (2009), para grupo de câmara e electrónica e In Tempore (2000), para piano, electrónica e video mapping, com a participação de Ana Cláudia Assis, no piano. No dia 9 de Abril é a vez da sua obra Aphâr (na sua versão com vídeo) ser mostrada na Bath Spa University, em Inglaterra, incluída no simpósio internacional Seeing Sound, dedicado à experimentação multimédia e à exploração de novas relações entre som e imagem. No dia 21 de Abril, no Firehouse Space, em Nova Iorque, será interpretada a obra Time Spell, pelo clarinetista Ford Fourqurean, num concerto da Composer’s Voice Concert Series. O concerto tem curadoria de Joseph Bohigian e, para além da obra de João Pedro Oliveira, incluirá peças de vários outros compositores.

O clarinetista Nuno Pinto interpretará no dia 20 de Abril, em Cracóvia, várias obras de compositores portugueses. Entre as obras de compositores editados pelo MIC.PT encontram-se Time Spell (2004) de João Pedro Oliveira, Ñcàãncôa (1995) de Cândido Lima, Divertimento (1987) de Clotilde Rosa e No Oculto Profuso (2009) de Miguel Azguime. Nuno Pinto tocará ainda uma peça de Magdalena Dlugosz (Liryki) e de Paulo Brandão (Colibri, de 1989). Para além da sua carreira como solista, Nuno Pinto integra o Sond’Ar-te Electric Ensemble e tem dedicado grande parte da sua actividade à execução de nova música de compositores portugueses. O festival Internacional de Compositores de Cracóvia, cujo director artístico é o compositor Marcel Chyrzyński, realiza-se desde 1989, com o objectivo de promover e apresentar obras contemporâneas de compositores polacos (e em particular da cidade de Cracóvia), colocando-as em relação com a música criada noutros países.

Uma nova peça de Miguel Azguime, em estreia absoluta, será apresentada nos Dias da Música em Belém, no dia 24 de Abril, em Lisboa. A obra Illuminations será tocada pela Orquestra de Câmara Portuguesa, sob a direcção do maestro Pedro Carneiro, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém. Para além da sua relação com a poesia (Illuminations é também o título de uma famosa obra de Rimbaud), a peça de Miguel Azguime trabalha sobre a ideia de iluminar “à luz” da orquestração um objecto musical, lançando uma nova luz sobre um determinado material musical. A orquestra surge assim como um instrumento de “iluminação” harmónica e tímbrica e esta composição como uma peça que pretende "pensar a orquestra". O concerto foi intitulado “Europa: O novo e o antigo”, incluindo também duas obras de Mozart com a presença da solista Tatiana Samouil no violino. O concerto é integrado no festival Dias da Música em Belém que este ano tem como lema “A volta ao mundo em 80 concertos”. O festival vai este ano na sua 10.ª edição.

A composição Fluxus, Lift, de Jaime Reis, será apresentada em Kiev no dia 20 de Abril, num concerto organizado pela Electroacoustic Music Association of Ukraine, em Kiev, na Ucrânia. A peça de Jaime Reis, compositor editado pelo MIC.PT, pertence ao ciclo Fluxus, cujas peças são inspiradas em elementos da física e nas quais são desenvolvidos elementos musicais que se relacionam com determinados fenómenos físicos relacionados com a mecânica dos fluidos. Outras peças deste ciclo são Fluxus, Dimensionless sound, para flauta e electrónica (encomenda do Festival for the Liberation of Sound and Image, Paris, 2012), Fluxus, Laminar Flow (encomenda do Festival Primavera, 2013), entre outras composições. Nesta peça em particular foram gravados sons de aviões do Aeroclube de Torres Vedras e utilizadas técnicas de síntese que simulassem tipologias de sons que remetessem para a ideia de "sustentação" numa perspectiva aerodinâmica e musical. A peça foi estreada no Festival Monaco Electroacoustique 2013.

Inicia-se no dia 8 de Abril o 9.º Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu, cujo director artístico é José Carlos Sousa, compositor editado pelo MIC.PT. O festival é marcado pela diversidade da sua programação, incluindo concertos que vão da música antiga à música contemporânea. No dia 22 de Abril haverá um concerto com obras de compositores portugueses pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. O concerto inclui obras de Jorge Peixinho e de vários compositores editados pelo MIC.PT: a estreia absoluta de Fantasy, para flauta solo, de Clotilde Rosa; Anamorphoses III, para violino e electrónica, de Isabel Soveral; Fluxus, dimensionless sound II, para flauta e electrónica, e Sangue Inverso: Magnetite, Ametista, Obsidiana, para flauta, clarinete, piano, de Jaime Reis; e Tranfigurações, para violino e piano, de José Carlos Sousa. O Festival de Música da Primavera de Viseu dura até dia 30 de Abril, e promove também o 2.º concurso internacional de guitarra, bem como masterclasses de percussão, canto, saxofone e guitarra.

O 2.º Festival Internacional de Música Electroacústica realizar-se-á entre os próximos dias 5 e 8 de Abril, em Aveiro. O Aveiro Síntese, iniciativa da Associação Arte no Tempo, conta com diversos concertos e conversas com compositores, abrindo com uma conversa com a participação dos compositores Luís Antunes Pena e Pedro Junqueira Maia. No mesmo dia 5 de Abril o festival dá a ouvir um concerto do recém-criado trio Ruído Vermelho. O trio tocará, entre outras peças, Tracking Noise #1, de Luís Antunes Pena e `Xcuse me while I kiss the Sky, de Pedro Junqueira Maia. No dia 6 de Abril poderemos ouvir, em estreia nacional, Hi-Fi Noise Study - Pecking Chickens (2013), também de Luís Antunes Pena, compositor editado pelo MIC.PT.
No dia 7 de Abril será interpretada a obra Fluxus, Lift (2013), para electrónica sobre suporte, de Jaime Reis. O festival inclui ainda obras de vários outros compositores e de quatro jovens cujas peças foram seleccionadas no âmbito do projecto "Música em criação": Mariana Vieira, Hugo Paquete, Ana Catarina Barros e Jorge Ramos.

Uma obra do compositor Fernando Lapa será interpretada na Holanda, no Conservatório de Haia, no próximo dia 18 de Abril. A peça Quatro versos de olhar suspenso, para flauta e piano, será tocada por Ana Catarina Costa, no seu recital final de mestrado. Entretanto, em Portugal, o conjunto de 10 peças Canções populares transmontanas, para guitarra, será interpretado pelo guitarrista Paulo Peres na Academia de Música de Espinho, num concerto de apresentação de partituras editadas pelo Conservatório de Música do Porto, no dia 5 de Abril. No dia 24 de Abril, em Oliveira do Bairro, serão tocadas também as suas Canções populares transmontanas, para quinteto de guitarras, pelo quinteto 5G5C. Fernando Lapa, compositor editado pelo MIC.PT, terá entretanto uma peça sua em gravações entre 18 e 23 de Abril. Trata-se de O comboio avança (sobre excertos de Álvaro de Campos), uma obra para quarteto vocal e quarteto de guitarras que será gravada pelo Grupo vocal Olissipo e pelo Paris Guitar Quartet. O compositor viu estreada uma outra obra sua em Fevereiro, no Conservatório de Música do Porto: Contando histórias, para flauta, contrabaixo e piano, interpretada por Luís Meireles (flauta) e Maria José Souza Guedes (piano) e lançou a partitura editada de Canções populares transmontanas, para guitarra, num concerto com Paulo Peres (guitarra). Ainda em Abril, Fernando Lapa apresenta o “concerto comentado” de Maria José Souza Guedes (piano) e Luís Meireles (flauta) no próximo dia 7 de Abril, no grande auditório do Conservatório de Música do Porto.

Entre 18 e 22 de Abril, em dias seguidos (às 11h45, 15h45 e 18h45), vai para o ar na Antena 2 uma série de Audio-Performances Shakespeare-Cervantes, encomendadas por esta emissora 400 anos depois da morte de ambos os escritores. Cada performance tem a duração de 12 a 14 minutos. A concepção, montagem, realização e contextualização musical é do compositor Daniel Schvetz, a partir de referências musicais e estilísticas da época (séculos XVI-XVII). O compositor editado pelo MIC.PT Daniel Schvetz explica que o projecto é “um encontro imaginário, talvez utópico, nunca impossível. Quatro trechos de peças e três sonetos de Shakespeare, sete momentos do Quixote, foram a escolha, duma infinidade de outras possíveis, prováveis, num formato de 5 minipeças, envolvidas em precisos contextos musicais, objetos a serem transmitidos radialmente.” No Sábado 23 serão transmitidas todas as audio-performances seguidas. As performances contam com a participação de Elizabeth Davis, Nicolas MacNair, Duncan Fox, Nicolas Robertson, Jaume Pradas e Teresa Albuquerque (narradores), Helena Raposo (alaúde), Joana Amorim (flauta) e Jaume Pradas (percussão). Daniel Schvetz prepara entretanto “A Guerra Santa”, uma nova peça sua com texto de René Daumal, que estreará em Maio.

"Compositoras portuguesas séc.XX-XXI" é um concerto do Performa Ensemble inteiramente dedicado a mulheres compositoras dos séculos XX e XXI. O espectáculo esteve em digressão no Brasil em 2015 e chega agora ao O'culto da Ajuda, em Lisboa, no dia 28 de Abril. O Performa Ensemble é, nesta ocasião, composto por Jorge Salgado Correia, na flauta e Helena Marinho, piano. O Performa Ensemble foi formado em 2007 e integra músicos/docentes e alunos de pós-graduação do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, assim como músicos convidados. O Ensemble foca a sua actividade na área da composição e da execução instrumental, através da estreia, divulgação e gravação de obras de autores que manifestem interesse num trabalho colectivo e interactivo com os intérpretes. O Performa Ensemble tem frequentemente encomendado e estreado obras de compositores portugueses ou residentes em Portugal. O Ensemble gravou os CDs Crossover em 2008 e Fado(s) em 2014, e participou nos CDs Cultures électroniques 20 em 2008, Momentum em 2010, e 7 Pomegranate Seeds em 2012. O Performa Ensemble prepara a gravação de um CD com o programa que irá ser apresentado neste concerto, que inclui obras de várias compositoras editadas pelo MIC.PT: Constança Capdeville (Portugalesas), Ângela Lopes (La Forêt), Isabel Soveral (Le Navigateur du Soleil Incandescent), Ângela da Ponte (Seis aparições de Lenine sobre um piano), Clotilde Rosa (Alternâncias), Sara Carvalho (Solos III e My shadow walks home with me). O concerto inclui ainda peças de Ana Tavares (Palavras) e Berta Alves de Sousa (Tema e Variações para piano).

O recém-formado trio Ruído Vermelho, em que participa o compositor editado pelo MIC.PT Luís Antunes Pena, dedicado à interpretação de música contemporânea e electroacústica, realiza em Abril uma digressão em Portugal, apresentando-se em Aveiro (Museu Arte Nova, dia 5), Castelo Branco (Centro de Cultura Contemporânea, dia 6), Seia (Collegium Musicum, dia 7) e Porto (Teatro da Vilarinha, dia 8). O trio Ruído Vermelho é formado por Francesco Dillon (violoncelo e efeitos), Nuno Aroso (percussão e e-guitar) e Luís Antunes Pena (electrónica, sintetizador benjolin e megafone). O trio Ruído Vermelho cruza música escrita e música improvisada, procurando quebrar fronteiras entre peças, conceitos e formações e usando abundantes meios tecnológicos, incluindo instrumentos analógicos e digitais, mas também megafones, feedback e instrumentos pouco habituais como barras de ferro e de granito. O grupo interpretará nesta digressão portuguesa obras de Caspar Johannes Walter, Pedro Junqueira Maia, Milica Djordjevic, Norbert Fröhlich e Luís Antunes Pena, bem como improvisações colectivas.

O guitarrista Pedro Rodrigues irá gravar em Abril uma nova obra que o compositor Cândido Lima acaba de compor. A peça Arcaicas Harmonias - ninfas, bosques e deuses foi terminada nos primeiros meses de 2016 pelo compositor editado pelo MIC.PT. Nesse mesmo CD em preparação será incluída também a obra Esboços, para guitarra, composta em 1969, em Santiago de Compostela, tratando-se, segundo o compositor, da “primeira peça portuguesa para guitarra em linguagem contemporânea”. Entretanto a obra Gestos - Circus - Círculos de Cândido Lima será incluída no primeiro programa da série Paisagens, inserida no programa Caleidoscópio, da autoria de Ana Telles, que será transmitido na Antena 2 no dia 3 de Abril pelas 22h, e repetido na 4ª feira seguinte às 13h.