Compositor, investigador, artista multimédia e docente/ coordenador do curso de Música Eletrónica e Produção Musical da ESART - Rui Dias está Em Foco no MIC.PT no mês de novembro.
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Obra originalmente composta para a fonte cibernética do Parque dos Poetas (Oeiras, Portugal) que pode ser apresentada per se.
Todavia existe uma sequência midi para controlar os jactos de água que pode ser readaptada para fontes similares.
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Música Electroacústica sobre suporte
Instrumentação Sintética Electroacústica sobre suporte
Estreia
Data 2005/Jun/25
Entidade/Evento Festas de Oeiras
Local Parque dos Poetas
Localidade Oeiras
País Portugal
Observações
Miguel Azguime (difusão sonora)
Notas Sobre a Obra
Esta peça, uma encomenda da Câmara Municipal de Oeiras, foi composta em 2005 quando estive em residência no estúdio EMS em Estocolmo. O título toma em consideração os meios tecnológicos empregues no processo da criação e também o contexto específico da estreia. A peça foi apresentada durante um concerto ao ar livre num jardim público juntamente com uma fonte luminosa controlado por MIDI, cujos 192 jactos de água coloridos deram lugar a uma "coreografia de água e luz" que eu próprio concebi e desenhei como complemento para a obra. Depois desta especial ocasião procedi a uma revisão da peça e elaborei uma versão de concerto, que é a versão que integra o CD, “the adventure of listening”, editado pela Miso Records.
Os meios tecnológicos usados foram muito reduzidos e tal como sugerido no subtítulo, apenas dois osciladores ainda em funcionamento (que evidentemente operam em paralelo com VCAs, VCFs, LFOs e Moduladores em anel) de um sintetizador Buchla de 1972 existente no estúdio sueco, serviram como a única fonte de som. A mistura foi posteriormente realizada no Miso Studio em Lisboa, contudo sem nenhum processamento digital suplementar (com excepção da reverberação e da espacialização que foram adicionadas).
Não obstante, estes meios modestos foram de uma importância enorme para o projecto composicional que pretendia para esta obra, visto que:
- Queria trabalhar com meios sonoros restringidos, mas capazes de uma grande plasticidade e "instrumentalidade", por assim dizer;
- Queria realizar uma investigação sobre o problema do "gesto instrumental" tanto em confrontação como em complementaridade relativamente ao "gesto composicional";
- Queria construir operações inteiramente abstractas (e neste caso também inteiramente sintéticas) excluindo qualquer propriedade programática ou casualidade do som. Essas operações possibilitaram-me a realização de variações sucessivas entre as relações expressivas dos dois osciladores, como se tratasse de dois personagens de uma peça dramática.
A estreia decorreu em Oeiras em Setembro de 2005, durante o Festival Música Viva, com mil pessoas a assistir.