Ângela da Ponte é uma das compositoras em destaque no Festival Prolífica, uma iniciativa da Comunidade Compositoras Açores e do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas (Ribeira Grande, Ilha de São Miguel). Na sessão de abertura do festival, a 23 de fevereiro, será inaugurada a instalação sonora desta compositora editada pelo MIC.PT, Magnetic Fields, uma co-encomenda do Festival Prolífica e do Centro Arquipélago. Assim fala Ângela da Ponte sobre Magnetic Fields: «Tendo crescido na Ilha de São Miguel, sempre me fascinou o elemento ‘natureza’ do qual fortemente dependemos como seres humanos. A convivência com forças de magnitude extrema, como é o caso dos vulcões, traz um sentido acrescido quanto à nossa existência e noção de fragilidade perante tamanha força. É nessa interação entre a fragilidade e a força que o conceito toma forma. A partir do fenómeno natural de magnetismo terrestre, contemplando o seu dinamismo enquanto modificador da paisagem, nasce Magnetic Fields.» Adicionalmente, a peça para orquestra La mer soulevée (2011) de Ângela da Ponte será interpretada no dia 3 na Casa da Música, pela Orquestra Sinfónica do Porto sob a direção de Tito Ceccherini.

A estreia da versão completa da obra Va(le)riation 3 (2023) para saxofone tenor e eletrónica de António de Sousa Dias (compositor editado pelo MIC.PT), irá decorrer no próximo dia 27 de fevereiro no O’culto da Ajuda em Lisboa. Esta peça – uma encomenda do Projeto DME, trabalhada em setembro do ano passado no contexto da residência artística no Lisboa Incomum com a participação de António de Sousa Dias e Philippe Trovão – está incluída no programa do recital deste saxofonista que marca o lançamento do seu novo CD, Sur la Couleur. Este álbum constitui uma proposta para honrar o legado de Jean-Claude Risset (1938–2016) através da gravação das sete obras que este compositor francês escreveu para saxofone e eletrónica. Como diz Philippe Trovão: «Jean-Claude Risset foi um dos grandes compositores dos séculos XX e XXI, cujo profundo interesse pelo timbre levou-o à exploração de novas possibilidades sonoras oferecidas pelo uso dos computadores. Risset deixou-nos um legado impressionante, não só de obras que abordam novas formas de pensar e utilizar o som, mas também da sua investigação através das várias ligações com instituições, nomeadamente, o IRCAM em Paris.»

Ámen para uma Ausência (1986) para contrabaixo solo de Constança Capdeville (compositora editada pelo MIC.PT) assim como Acinesia (2001) para voz, viola e eletrónica e A Observação do Tempo (2023) para voz, tarola e eletrónica de Carlos Alberto Augusto (compositor editado pelo MIC.PT) – são três obras que fazem parte do espetáculo Árvore Metálica e Outras Histórias, que terá lugar no próximo dia 24 de fevereiro na Biblioteca de Marvila em Lisboa. O programa deste concerto integrado no Festival Criasons IV – uma iniciativa da Musicamera Produções – inclui também a obra Árvore Metálica (1986) para sexteto de metais da autoria de Paulo Brandão. Os músicos responsáveis pela interpretação das obras neste concerto que conta com a direção musical e cénica de Carlos Alberto Augusto e Paulo Brandão, são: Jorge Alves (viola), Pedro Wallenstein (contrabaixo); e o sexteto de metais, sob a direção de João Paulo Fernandes, com Adriano Franco e Daniel Tapadinhas (trompetes), Sebastião Pereira (trompa), Renato Serra e Alexandre Vilela (trombones) e Filipe Carvalho (tuba).

As obras de Hugo Vasco Reis e João Quinteiro (compositores editados pelo MIC.PT), respetivamente, Communication 16.7 Hertz e Canção III – Pairs: à propos de l’intériorité, ambas de 2024, serão estreadas pelo duo Nada Contra a 3 de fevereiro no O’culto da Ajuda em Lisboa. O duo Nada Contra junta o percussionista Francisco Cipriano, a pianista Mrika Sefa e vários compositores da atualidade, sendo a sua primeira premissa a procura do potencial sonoro de um teclado (piano, sintetizador, ...) e da percussão. Como enfatizam os músicos: «Nada Contra não procura ter uma imagem ou fazer parte de uma identidade, mas sim inspirar a criação e talvez inovação do repertório para essa formação. No concerto de estreia, no O’culto da Ajuda, apresentamos o resultado das colaborações artísticas com compositores tentando estabelecer de uma forma prática tudo aquilo que prometemos na nossa nota biográfica.» Todas as obras do programa deste concerto, que inclui ainda a música de Valerio Sannicandro e Michael Maria Ziffels, são encomendas do duo Nada Contra.

Em 2019, Igor C. Silva compôs a nova banda sonora para o filme O Taxi 9297 de Reinaldo Ferreira, exibido pela primeira vez no Cinema Batalha no Porto em 1927. Esta criação musical deste compositor editado pelo MIC.PT (encomenda: Casa da Música e Philharmonie du Luxembourg) foi estreada em 2020 e voltará a ser apresentada com o filme de Reinaldo Ferreira, na Casa da Música no Porto, a 20 de fevereiro. A interpretação ao vivo será da responsabilidade do Remix Ensemble, com a direção musical de Pedro Neves. O enredo do filme O Taxi 9297, um clássico do cinema mudo português, parte de um crime passional, ocorrido num táxi, que acaba por ser desvendado pelo Repórter X, o alter-ego de Reinaldo Ferreira. Em agosto de 2015, na entrevista de Igor C. Silva ao MIC.PT, o compositor disse: «Ao compor parto de ideias extramusicais, criando elementos que estão de alguma forma relacionados com a temática ou ambiente inicialmente idealizados. Estes elementos são recriados eletronicamente, fazendo com que a eletrónica surja quase sempre numa fase mais inicial do que a escrita instrumental». Durante o cine-concerto na Casa da Música a realização da eletrónica ficará a cargo da Digitópia.

A Ópera ∏ é uma nova criação de João Pedro Oliveira (compositor editado pelo MIC.PT) que será apresentada pela primeira vez nos dia 9 e 11 de fevereiro no O’culto da Ajuda em Lisboa. Estes espetáculos, integrados no Festival Criasons IV (um projeto da Musicamera Produções) e encenados por Élio Correia, contarão com a interpretação de Patrícia Silveira (soprano) e Luís Rendas Pereira (barítono), do Duo Contracello (Miguel Rocha, violoncelo; Adriano Aguiar, contrabaixo) e com a direção musical de Brian MacKay. A ação da Ópera ∏, com o libreto de Miguel Mesquita da Cunha e João Pedro Oliveira, desenrola-se num café em Paris onde, como revelam as notas de programa, «dois personagens dialogam entre si sobre o que é fundamental na criação artística. Um delas representa a racionalidade, a objetividade, o plano; o outro representa a intuição pura, a visceralidade do momento de criação. Na sua discussão vão apresentando argumentos, dúvidas, sugestões. Chegarão a um consenso? Quem irá prevalecer? O espetáculo realiza-se num cenário de café, onde, além do elenco, estão presentes pessoas do público. Estes participantes involuntários assistirão in loco à ação podendo ser convocados para alguma interação.»

As obras, Branca rosa brava (2023) de Paulo Bastos (compositor editado pelo MIC.PT) e Quatro canções de luz e de sombra (2023) de Sofia Sousa Rocha (compositora editada pelo MIC.PT), fazem parte do programa do concerto do Síntese – Grupo de Música Contemporânea dirigido por Diogo Costa, que irá decorrer no próximo dia 2 de fevereiro no Auditório da Escola Dr. Manuel Fernandes em Abrantes. No mesmo dia os músicos do Síntese realizarão também uma Oficina de Música Contemporânea na Biblioteca da Escola. No programa do concerto, que apresenta quatro obras que se inspiram na poesia de Eugénio de Andrade assinalando os 100 anos do seu nascimento, encontram-se ainda duas outras composições: Livro de bolso de Carlos Guedes e Itinerário das amoras bravas de João Pedro Delgado, ambas de 2023.

Foi publicado na Revista Portuguesa de Educação Musical (Vol. 1 N.º 149 [2023]), o artigo Com Música no Bolso: como os dispositivos móveis podem potenciar a aprendizagem musical, de Ricardo Matosiinhos (compositor editado pelo MIC.PT). Como enfatiza o autor: «O artigo aborda a forma como músicos, compositores, intérpretes e professores têm tirado partido de computadores e como esses dispositivos têm vindo a reduzir tamanho e a expandir potencial. Embora os alunos sejam inerentemente proficientes no que respeita ao uso da tecnologia digital, nem sempre conseguem explorar plenamente o potencial dos dispositivos móveis para aprimorar a sua educação musical. Portanto, é imperativo que os professores de música do século XXI estejam aptos a realizar uma curadoria digital, dominando os diversos recursos tecnológicos disponíveis.»

A Miso Music Portugal/ MIC.PT, enquanto Secção Portuguesa da Sociedade Internacional de Música Contemporânea (ISCM) anuncia o lançamento, no próximo dia 15 de fevereiro, da Chamada de Obras para o festival ISCM World New Music Days 2025, que terá lugar pela primeira vez em Portugal entre os dias 30 de maio e 7 de junho do próximo ano. A Chamada envolve alguns dos grupos e músicos mais conceituados e talentosos em Portugal e é constituída por 14 categorias que englobam música para orquestra, ensemble de cordas e para grupo de percussão, obras para ensembles de geometrias diferentes, peças para quarteto de cordas, trio, duos e para instrumentos solo (todas elas com ou sem eletrónica); além de composições para coro juvenil, música eletroacústica e instalações audiovisuais. É de destacar nesta Chamada a Categoria n.º 12, Solo Portuguese Guitar (with or without electronics), cujo objetivo é incentivar e estimular a criação de novas obras de música erudita contemporânea para este instrumento único e virtuoso, que constitui um elemento essencial no que à tradição, cultura e identidade portuguesa diz respeito. A Chamada para o ISCM World New Music Days 2025 estará aberta até ao próximo dia 25 de abril, sendo que há duas modalidades para apresentar as candidaturas: 1) Individual (Individual Submissions), realizada pelos compositores e compositoras, ou pelos seus representantes autorizados; 2) Oficial (Official Submissions), realizada através das Secções ou Membros da ISCM que lançam as suas próprias chamadas e convites.

A Miso Music Portugal e o Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa – MIC.PT, enquanto Secção Portuguesa da ISCM – International Society for Contemporary Music, têm o prazer de anunciar que no âmbito da candidatura oficial para o World New Music Days 2024, que incluiu obras de seis compositoras e compositores portugueses, o júri do WNMD 2024 escolheu duas composições: was birgst du so bang dein Gesicht? (2019), para orquestra de cordas, de Carlos Brito Dias e Clusia Rosea (2018), para quarteto de cordas, de Filipe Lopes. O ISCM World New Music Days é um evento anual, que todos os anos decorre num país diferente, sendo organizado para celebrar a criação musical contemporânea. Na edição de 2024 este festival, organizado pela Associação de Compositores das Ilhas Faroé, terá lugar em junho, entre os dias 22 e 30, nas Ilhas Faroé.

A Nova Página de Compositora dedicada a Ana Roque Antunes foi ativada em fevereiro no MIC.PT. A também baixista e professora estudou Composição e Ensino de Música na Escola Superior de Música de Lisboa e, posteriormente, Film Scoring na Academia Nacional Superior de Orquestra. Com interesse nas artes visuais e performativas, assim como na ação social, os seus trabalhos expõem a complementaridade destas áreas na sua produção artística. A sua obra tem sido interpretada em Portugal por intérpretes como o Duo Contracello ou o Euterpe Guitar Duo e em vários eventos e salas de concerto nacionais como o Festival Música Viva, o O’culto da Ajuda, o Lisboa Incomum ou a Casa da Música. Entre os prémios recebidos, destaca-se o mais recente: o Prémio de Composição Incentivo à Criação (Teatro Nacional de São Carlos), com a sua obra para orquestra, Magma.

Em fevereiro foi ativada no MIC.PT uma Nova Página de Compositor dedicada a Luís Salgueiro, cuja produção musical se destaca pela sua diversidade, abrangendo géneros desde música eletrónica e mista até composições instrumentais. O seu catálogo de obras inclui peças a solo, assim como composições para grupos instrumentais de diferentes dimensões. As criações de Luís Salgueiro têm recebido destaque em diversos locais, sendo apresentadas em reconhecidos palcos portugueses, além de terem alcançado audiências internacionais, com apresentações na Alemanha e nos Estados Unidos. Para além da sua atividade como compositor, Luís Salgueiro é membro da direção do MPMP Património Musical Vivo e tem desenvolvido um trabalho relevante nos domínios da gravação e edição musical, colaborando com editoras de renome como Peters, Casa Ricordi e Durand – Salabert – Eschig, consolidando assim a sua presença também na produção e difusão da música contemporânea.

Estão abertas, até ao dia 21 de março de 2024, as inscrições para o 1.º Concurso Internacional de Composição de Lied (Álvaro García de Zúñiga/ Casa de Mateus/ Sond’Ar-te) – uma iniciativa do Sond’Ar-te Electric Ensemble, em parceria com a Fundação da Casa de Mateus e a blablaLab Associação Cultural. O concurso está aberto a compositoras e compositores de qualquer nacionalidade, sem limites de idade, sendo que as composições submetidas devem ser escritas para um duo, numa combinação escolhida entre soprano e os seguintes instrumentos, com ou sem eletrónica: flauta, clarinete, violino, violoncelo ou piano. A escolha de textos deverá incidir na obra de Álvaro García de Zúñiga. O júri do 1.º Concurso Internacional de Composição de Lied é constituído por: Iris Ter Schiphorst (compositora; Alemanha), Philippe Leroux (compositor; França) e Miguel Azguime (compositor; Portugal).

Estão abertas, até ao dia 1 de julho de 2024, as candidaturas para a 13.ª Edição do Prémio de Composição promovido pela Sociedade Portuguesa de Autores e a Antena 2. Com o objetivo de promover e incentivar a criação musical erudita contemporânea e de divulgar o trabalho dos jovens compositores, o Prémio destina-se a compositores e compositoras de nacionalidade portuguesa ou estrangeiros residentes em Portugal há mais de quatro anos, nascidos a partir de 1 de janeiro de 1989. As obras a concurso deverão ser puramente orquestrais, sem recurso a solista(s) nem meios eletrónicos. A estreia da composição distinguida com o 1.º prémio decorrerá no âmbito do 14.º Festival Jovens Músicos em Lisboa (setembro de 2024).

Estão abertas, até ao próximo dia 5 de julho, as candidaturas para a 7.ª edição do Prémio de Composição Acordeão, uma iniciativa da Associação Folefest com o objetivo de promover e incentivar a criação musical contemporânea para acordeão na sua vertente erudita, contribuindo desta forma para o desenvolvimento, em quantidade e qualidade, deste repertório. O Prémio destina-se a compositores de nacionalidade portuguesa ou estrangeiros residentes em Portugal, de qualquer idade. As obras a apresentar (música de câmara: acordeão + 3-6 instrumentos) têm de ser inéditas, reservando-se à organização do Prémio o direito à estreia absoluta das obras premiadas. O júri do Prémio é formado por: Isabel Soveral (compositora), Sérgio Azevedo (compositor) e Paulo Jorge Ferreira (acordeonista/ compositor e presidente do júri).

A equipa do Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa junta-se às palavras de peso e tristeza depois do desaparecimento precoce de Ivan Moody, compositor, investigador e membro da direção do CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade NOVA de Lisboa. Natural do Reino Unido, Ivan Moody tinha-se estabelecido em Portugal há várias décadas, desenvolvendo uma intensa carreira de compositor e musicólogo, no contexto da qual, entre 2004 e 2005, trabalhou com o Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa. Doutorado pela Universidade de York, estudou composição com Brian Dennis, Sir John Tavener e William Brooks. Como musicólogo, publicou amplamente sobre a música da Península Ibérica, Rússia e Balcãs, música sacra contemporânea e música e teologia.

A partir deste mês de janeiro está disponível no Canal YouTube do MIC.PT mais uma Entrevista do ciclo Na 1.ª Pessoa, com Paulo Bastos, gravada a 3 de dezembro de 2022.
Presentemente o Canal YouTube do MIC.PT contém vídeos com 28 Novas Entrevistas a compositoras e compositores residentes em Portugal realizadas desde 2019, assim como oito Entrevistas do Arquivo do MIC.PT realizadas entre 2003 e 2005.
Conduzidas por Pedro Boléo, filmadas no O'culto da Ajuda em Lisboa e realizadas no contexto do ciclo Na 1.ª Pessoa das emissões radiofónicas Música Hoje e Música de Invenção e Pesquisa (produzidas pelo MIC.PT e pela Miso Music Portugal para a Antena 2), estas Novas Entrevistas constituem uma (re)visita ao universo criativo dos vários compositores e compositoras editados pelo MIC.PT, dando seguimento às Entrevistas Históricas realizadas pelo MIC.PT há quase 20 anos e que agora constituem registos únicos da evolução da linguagem de cada um dos artistas entrevistados.
Para aceder às Entrevistas sigam as ligações em baixo e/ ou visitem o Canal YouTube do MIC.PT.