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Dados de compositor
Eduardo Jorge Almeida Martins de Lucena nasceu a 17 de janeiro de 1940 na cidade do Porto, filho de Isabel Maria Almeida Martins de Lucena e de Francisco Lucena.
Eduardo Lucena iniciou os seus estudos musicais com o seu pai, violinista amador, apesar de não demostrar pessoal interesse pela música no início da sua aprendizagem.
Aos 16 anos de idade Eduardo Lucena ingressou no Conservatório de Música do Porto para aprender piano com Idalina Godinho Ferreira da Silva e Victor Macedo. No ano letivo seguinte (1957/1958) o jovem aprendiz matriculou-se em Flauta Transversal, sendo ensinado por dois professores que não eram flautistas: Alberto da Costa Santos, clarinetista, e António Gomes Júnior, oboísta. Nesta altura não havia no Conservatório de Música do Porto um professor de Flauta Transversal.
Em setembro de 1967, Eduardo Lucena diplomou-se no Conservatório de Música do Porto em Flauta Transversal, do qual existe um diploma com a data de 22 de agosto de 1968 atribuído pela Câmara Municipal do Porto com a classificação de dezoito valores, tendo-lhe sido atribuído duas vezes (1959/1960 e 1960/1961) por bom desempenho e aproveitamento o Prémio Gulbenkian com um valor monetário de 1.000$00.
Dois anos após se ter formado e de estar como praticante na Orquestra Sinfónica do Porto – Radiodifusão Portuguesa (1969) foi para a Alemanha durante dois anos frequentar a Solistenklasse do reputado flautista e pedagogo Professor Aurèle Nicolet na Escola Superior de Música de Freiburg (Hochschule für Musik Freiburg) enquanto bolseiro do Instituto de Alta Cultura. Lucena, para obter esta bolsa teve de comprovar o seu bom desempenho como Flautista, através de cartas de recomendação escritas por vários músicos de referência desta época (...).
Após o regresso ao seu país (agosto de 1971), Eduardo Lucena esteve durante um ano a preparar-se para poder lecionar no Conservatório de Música do Porto. Assim sendo, a partir de outubro de 1972, a Câmara Municipal do Porto, mais precisamente o Presidente Nuno Vasconcelos Porto e o Conservatório de Música do Porto, mais especificamente o Diretor José Delerue, convidaram-no para lecionar Flauta Transversal no Conservatório de Música do Porto, dando-se assim, início à carreira de pedagogo de Eduardo Lucena.
Começaria aqui o seu papel fundamental no contexto do ensino musical em Portugal, sendo um dos primeiros e principais pedagogos especializados em Flauta Transversal no país. Segundo Eduardo Lucena este acontecimento viria atrair o interesse de jovens e adultos na aprendizagem deste instrumento com um professor especializado.
Entretanto, a 9 de fevereiro de 1974, Eduardo Lucena casou-se com Maria Regina de Castro Alves de Sousa de Lucena com quem viria a ter três filhos. (...)
Ainda como docente deu início ao ensino de Flauta Transversal no Curso de Música Silva Monteiro e na Escola de Música do Porto (...) De 19 de março de 1997 até maio de 2001, Eduardo Lucena desempenhou funções de diretor da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Instituto Politécnico do Porto. (...)
Representativo da sua importância enquanto pedagogo e instrumentista, foi o facto de ter sido convidado para integrar o júri do Prémio Jovens Músicos da Radiodifusão Portuguesa, na categoria Solista de Instrumento (Flauta Transversal), no Concurso 1995 da Juventude Musical Portuguesa e no Prémio Helena Sá e Costa. Foi também orador no Congresso de Música realizado em outubro de 1987 na Amadora, com uma exposição sobre a comparação do ensino da música na Alemanha com o ensino da música em Portugal. (...)
Como flautista, além de instrumentista de orquestra, Lucena dava concertos e recitais a solo. Foi também um profícuo instrumentista de música de câmara pertencendo a diferentes formações. Entre estas, torna-se importante destacar a Oficina Musical do Porto e a Symphoniae Portucalensis Musici.

Última atualização: 11 de setembro de 2025.

Página criada a partir das informações contidas na tese de mestrado da flautista Gabrielle Silva:
Eduardo Lucena: o seu contributo no panorama musical português do século XX (Porto, 2015).