A Orquestra Portuguesa de Guitarras e Bandolins, sob a direção de Fernando Marinho, estreará a obra String Theory (2025) de Ângela da Ponte (compositora editada pelo MIC.PT), a 9 de fevereiro no Teatro Ribeiro Conceição em Lamego. Inspirada na teoria das cordas, nesta peça Ângela da Ponte cria «um cosmos sonoro imersivo, onde múltiplas ressonâncias emergem da interação dinâmica entre os grupos instrumentais e a componente eletrónica». Nas notas de programa, disponíveis no site da OPGB, a compositora fala também das premissas da teoria das cordas: «Muitos físicos acreditam que as partículas fundamentais do universo são cordas vibrantes, cujas oscilações dão origem a tudo o que conhecemos. Nesta teoria, o universo é tecido por dimensões ocultas e padrões harmónicos que ultrapassam os limites da percepção.» Adicionalmente, no dia 28, mais duas obras de Ângela da Ponte serão apresentadas em Ponte de Lima (Academia Fernandes Fão) e Portimão (TEMPO), respetivamente – a peça Ao longe meu pai dizia... (2019) pelo saxofonista Ricardo Pires; e Fontana Mirabilis (estreia) pelo Grupo de Percussão da Universidade de Évora (espetáculo – Uma Gota de Água no Mundo).

A estreia da obra Esta cantiga (2024), para ensemble de sopros e percussão, de Daniel Moreira (compositor editado pelo MIC.PT), decorrerá a 23 de fevereiro no Teatro José Lúcio da Silva, durante o 3.º Festival Leiria Cidade Criativa da Música. O programa deste espetáculo, com a participação do Ensemble da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria dirigido por Alberto Roque, incluirá também obras de compositores da região (Sílvia Teles e Carlos Cruz), do compositor espanhol José Alamá e dos outros dois compositores editados pelo MIC.PT: Lino Guerreiro e Rui Penha. Durante todo o Festival (21-23 de fevereiro) serão estreadas várias obras dedicadas ao tema Liberdade(s), abordado também por Daniel Moreira na peça Esta cantiga. Como disse o compositor na entrevista do MIC.PT de 2020: «A música tem significados diferentes. Nem me parece que uma dada peça tenha um significado fixo ou necessário: tudo depende do contexto de quem ouve, de quem toca, onde se toca e quando se toca. A música não é apenas o som que circula no ar: a música é um ato interpretativo que surge da interação entre o corpo e a mente de um ouvinte culturalmente situado e o estímulo sonoro.»

A peça Arabesco (2007), para fagote solo, de Fátima Fonte (compositora editada pelo MIC.PT), está incluída no programa do concerto Jardim Aberto – Compositoras, uma iniciativa do Teatro Nacional de São Carlos, que decorrerá no próximo dia 8 de fevereiro na sala Bernardo Sassetti do São Luiz Teatro Municipal em Lisboa. O ciclo Jardim Aberto dá continuidade à programação Foyer Aberto em que os músicos da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos se apresentam em pequenos grupos, evidenciando o seu virtuosismo como intérpretes solistas. Além da obra de Fátima Fonte, no concerto do dia 8, interpretado por Irma Skenderi (viola), Roberto Erculiani (fagote) e Jill Lawson (piano), serão ainda apresentadas peças de Anne Victorino d’Almeida e Sofia Gubaidulina. Adicionalmente, a obra de Fátima Fonte, Bilhete-postal a Alexandre Pinheiro Torres (2019), faz parte do novo CD OUTONALMA do Duo Tágide, com Inês Simões (soprano) e Daniel Godinho (piano), lançado no final de 2024 e que também inclui peças de António Chagas Rosa, Fernando C. Lapa, Paulo Bastos e Vasco Mendonça.

Em fevereiro, o compositor Fernando C. Lapa (editado pelo MIC.PT) verá duas das suas obras apresentadas em Espanha e Portugal, incluindo os Açores. A obra Suite Doiro (2010), para duas guitarras, será interpretada por Isabel Samartin e Artur Caldeira no âmbito do Festival Convergências Portugal/ Galiza. O primeiro concerto terá lugar no dia 3, no Conservatório Profissional de Música em Santiago de Compostela. Posteriormente, os mesmos intérpretes apresentarão a peça novamente no dia 14, no Salão Nobre da Universidade do Minho. Paralelamente, o ciclo de concertos promovido pelo João Roiz Ensemble, intitulado Escutar o Tempo, acontecerá nos Açores entre os dias 14 e 16 de fevereiro. Este ciclo contará com obras de vários compositores portugueses, incluindo Fernando C. Lapa, Anne Victorino d’Almeida, César Viana, Eurico Carrapatoso, Tiago Derriça e Eduardo Luís Patriarca (igualmente editado pelo MIC.PT). Neste contexto, a obra de Fernando C. Lapa, Suite Raiana (2019), para clarinete e quarteto de cordas, será apresentada pelo João Roiz Ensemble em Angra do Heroísmo, a 14 e 15 de fevereiro, respetivamente na Casa do Sal e na livraria Lar Doce Livro.

O projeto de Hugo Vasco Reis (compositor editado pelo MIC.PT), Sonic Figures Project, será apresentado pelo próprio (composição e eletrónica) e por Trevor McTait (viola d’arco) na Fundação José Saramago em Lisboa e na associação Sonoscopia no Porto, respetivamente, nos dias 6 e 21 de fevereiro. A premissa do Sonic Figures Project «consiste na escuta e mediação de ambientes sónicos silenciosos, envolvendo experimentação, reflexão, colaboração e criação», diz Hugo Vasco Reis. O projeto «reflete sobre a perceção e memória, incitando a uma nova consciência sónica da realidade “ausente” em que todos vivemos. Seguindo uma abordagem que inclui associações metafóricas, projeta-se um horizonte sónico de intenção, especulação e subjetividade, onde uma gota de água pode ser mais audível do que uma cascata».

Em fevereiro, duas obras de Igor C. Silva (compositor editado pelo MIC.PT) serão apresentadas em Lisboa e Bruxelas. Neste sentido, no próximo dia 3, o Drumming Mallet Quartet, com Pedro Góis, André Dias, João M. Braga Simões e Miquel Bernat, interpretará a obra Sweet Data (no amnesia) (2018) para grupo de percussão e eletrónica. O programa deste concerto, que terá lugar no Museu do Oriente em Lisboa, incluirá também obras de Carlos Guedes, Ivana Ognjanović, Luís Tinoco e Vasco Mendonça. Na segunda metade do mês, mais precisamente nos dias 23 e 24, no Palácio de Belas Artes de Bruxelas, também conhecido como BOZAR, o ICTUS Ensemble tocará a obra de Igor C. Silva In Case of Change (2020), para kalimba e eletrónica, no contexto do projeto The Sonic Assistance Agency, dedicado à juventude.

A obra eletroacústica Fluxus, pas trop haut dans ciel (2017) de Jaime Reis (compositor editado pelo MIC.PT) faz parte do programa do concerto Night Flight – A Night on Acousmatic Music, que terá lugar a 18 de fevereiro na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (EUA). Neste concerto, organizado por João Pedro Oliveira (compositor editado pelo MIC.PT) serão ainda apresentadas peças de Clemens von Reusner, Curtis Roads, Federico Schumacher, Mario Mary e a obra N’vi’ah (2019) do próprio João Pedro Oliveira. Adicionalmente, em fevereiro Jaime Reis iniciará o projeto comunitário de criação – Corpos Sonoros II (Projecto DME e Lisboa Incomum). Na primeira fase, os participantes irão criar e explorar diversos sons através do «corpo sonoro» concebido a partir do esqueleto de um piano. Estas sessões, orientadas pela violinista Beatriz Costa e por Jaime Reis, resultarão na criação de uma performance-instalação. Na segunda fase do projeto será constituída uma base de dados com gravações feitas no contexto das sessões de criação, que servirão como matéria-prima para a composição de uma nova peça acusmática por Jaime Reis.

A obra acusmática de João Castro Pinto (compositor editado pelo MIC.PT), Circumsphere: to Bounce & Rebounce (2024), foi uma das peças selecionadas no âmbito da chamada internacional do festival Ars Electronica Forum Wallis 2025 (Suíça), que recebeu 274 criações, oriundas de 39 países. A organização do festival determinará, até ao dia 10 de abril, a programação das 26 peças selecionadas, sendo que algumas serão programadas no Festival Forum Wallis 2025 (28 e 29 de maio em Münster/ Goms, na Suíça), outras na série de concertos de música electrónica Ars Acusmatica (mais informações em breve). Estreada no ano passado em maio, no contexto do Festival Música Viva (Miso Music Portugal), Circumsphere: to Bounce & Rebounce «mergulha na riqueza sonora e musical dos objetos esféricos (berlindes, bolas de borracha/ ping pong, esferas de madeira e esferovite). O objetivo foi o de explorar sonora e musicalmente a qualidade física e fenomenológica patente na ideia de “roundness»”, uma espécie de circum-navegação acusmática por uma cartografia de movimento», revela João Castro Pinto nas notas de programa.

Em janeiro, o Espaço Crítica para a Nova Música publicou dois novos textos de Pedro Boléo – Horizontes sónicos para o Aniversário da Arte e Um novíssimo ponto de fuga. Na primeira crítica, o autor escreve sobre o Art’s Birthday 2025 – Euroradio Ars Acustica Special Evening, no âmbito do qual, a 17 de janeiro no O’culto da Ajuda em Lisboa, foi apresentado o projeto Sonic Figures Project de Hugo Vasco Reis (composição e eletrónica) e Trevor McTait (viola d’arco). No segundo texto, Pedro Boléo reflete sobre o concerto dado pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, sob a direção de Rui Pinheiro, no passado dia 19 de janeiro na Casa da Música Jorge Peixinho (Montijo), no contexto do qual foram apresentadas obras de Ângela da Ponte (estreia de Punto di Fuga), Joly Braga Santos e Jorge Peixinho.

O MPMP Património Musical Vivo, com apoio do Ministério da Cultura/ Direção-Geral das Artes, anuncia a sexta edição do Prémio Musa, criado com o intuito de distinguir a excelência musical da composição contemporânea de tradição erudita ocidental e de, nesse contexto, promover a língua portuguesa como veículo expressivo. O Prémio Musa é aberto a compositores de quaisquer idades e nacionalidades e as obras devem ter como ponto de partida letras de José Mário Branco. O júri do Prémio Musca 2024 é constituído por três compositores: Daniel Moreira, Nuno da Rocha e Sara Ross. A data limite para o envio das partituras é o dia 15 de fevereiro de 2025, às 23h59, hora de Portugal continental.

A Câmara Municipal das Lajes do Pico e o Grupo Coral das Lajes do Pico, em parceria com o Centro de Investigação e Informação da Música Portuguesa – MIC.PT, promovem o V Prémio Nacional de Composição Coral Manuel Emílio Porto. O Município das Lajes do Pico, considerando a extraordinária dimensão artístico-musical do maestro Manuel Emílio Porto que foi uma figura fundamental do universo musical e coral açoriano, tomou a iniciativa de organizar este concurso com o objetivo de estimular a criação de novas obras para coro, valorizando, simultaneamente, a língua portuguesa. O concurso, dirigido a compositores de nacionalidade portuguesa a residir ou não em Portugal, ou de nacionalidade estrangeira a residir em Portugal há mais de dois anos, compreende as categorias de Coro Misto e Vozes Brancas. O júri do concurso é constituído por Christopher Bochmann, Jorge Matta e Hildeberto Peixoto, sendo que o prazo de entrega de trabalhos é 6 de abril de 2025.

Estão abertas, até ao próximo dia 18 de julho, as candidaturas para a 8.ª edição do Prémio de Composição Acordeão, uma iniciativa da Associação Folefest com o objetivo de promover e incentivar a criação musical contemporânea para acordeão na sua vertente erudita, contribuindo desta forma para o desenvolvimento, em quantidade e qualidade, deste repertório. O prémio destina-se a compositores de nacionalidade portuguesa ou estrangeiros residentes em Portugal, de qualquer idade. As obras a apresentar (para acordeão solo ou acordeão com eletrónica) têm de ser inéditas, reservando-se à organização do prémio o direito à estreia absoluta das obras premiadas. O júri do prémio é formado por: Amílcar Vasques-Dias (compositor), Ângela da Ponte (compositora) e Paulo Jorge Ferreira (acordeonista/ compositor e presidente do júri).

Presentemente o Canal YouTube do MIC.PT contém vídeos com 35 novas entrevistas a compositoras e compositores residentes em Portugal realizadas desde 2019, assim como oito entrevistas do Arquivo do MIC.PT realizadas entre 2003 e 2005.
Conduzidas por Pedro Boléo, filmadas no O'culto da Ajuda em Lisboa e realizadas no contexto do ciclo Na 1.ª Pessoa das emissões radiofónicas Música Hoje e Música de Invenção e Pesquisa (produzidas pelo MIC.PT e pela Miso Music Portugal para a Antena 2), estas novas entrevistas constituem uma (re)visita ao universo criativo dos vários compositores e compositoras editados pelo MIC.PT, dando seguimento às entrevistas históricas realizadas pelo MIC.PT há 20 anos e que agora constituem registos únicos da evolução da linguagem de cada um dos artistas entrevistados.
Para aceder às entrevistas sigam as ligações em baixo e/ ou visitem o Canal YouTube do MIC.PT.