A primeira secção Em Foco de 2020 no MIC.PT, é dedicada a João Quinteiro, compositor que actualmente realiza um Doutoramento em Estudos Artísticos – Arte e Mediações, no âmbito de um projecto que integra a criação da sua ópera, Regresso.
João Quinteiro estudou composição com João Pedro Oliveira, Isabel Soveral, Emmanuel Nunes e Beat Furrer, tendo igualmente contactado e trabalhado com compositores como Brian Ferneyhough, Flô Menezes e Helmut Lachenmann. Em 2013 concluiu o Mestrado em Composição na Universidade de Aveiro e em Filosofia na Universidade NOVA de Lisboa – FCSH. É professor na Ourearte – Escola de Música e Artes de Ourém e membro da Direcção da APC – Associação Portuguesa de Compositores. A sua música tem sido tocada e encomendada por formações como a Orquestra Gulbenkian, o Lisbon Ensemble 20/21, o GMCL – Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, o OpuSpiritum Ensemble e o Ensemble MISE-EN.
Em Janeiro visitem a secção Em Foco no MIC.PT na qual, através do Questionário / Entrevista do MIC.PT, conhecerão as raízes musicais de João Quinteiro, as suas ideias sobre a vanguarda na música e a responsabilidade do artista em relação ao público, e também as opiniões deste compositor editado pelo MIC.PT relativas à música portuguesa da actualidade.

A obra Dimensions I (2019), para clarinete e electrónica, de Hugo Vasco Reis, compositor editado pelo MIC.PT, terá a sua estreia na Casa da Música a 14 de Janeiro, pelo clarinetista Victor Pereira. O programa deste concerto inclui também a obra Time Spell (2004) de João Pedro Oliveira (compositor editado pelo MIC.PT) e ainda a música de Gérard Grisey e Pierre Boulez. No dia 17 de Janeiro, Hugo Vasco Reis fará um recital de guitarra portuguesa, no Conservatório de Música de Vila do Conde, incluido no programa de concertos Sextas às Sete. Do repertório deste concerto a solo, farão parte peças de Carlos Paredes e Pedro Caldeira Cabral, e também duas estreias absolutas de Hugo Vasco Reis, num duplo papel de intérprete e compositor. As peças são Finos Raios de Luz (2018), para guitarra portuguesa e electrónica e Linea (2018), para guitarra portuguesa, prato, arco e baquetes. No final do mês, no Museu Nacional de Arte Antiga (Concerto Antena 2) decorrerá a estreia portuguesa da sua peça Transparent(e) (2017), para flauta, viola e harpa, por Marina Camponês, Ana Monteverde e Carolina Coimbra, respectivamente. Por fim, no dia 30 de Janeiro, será lançado o CD Festival Criasons II, editado pela Musicamera Edições, o qual inclui a peça Rizoma (2018), para violino, violoncelo e piano de Hugo Vasco Reis e ainda a música de: Camila Menino, Edward Luiz Ayres d’Abreu, Miguel Jesus, Samuel Pascoal e Tiago Derriça.

A 17 de Janeiro no O'culto da Ajuda em Lisboa decorrerá um concerto monográfico preenchido com obras de António de Sousa Dias, para celebrar o 60.º aniversário deste compositor editado pelo MIC.PT. O programa do concerto interpretado pelo Sond'Ar-te Electric Ensemble, sob a direcção de Pedro Carneiro, inclui seis obras de António de Sousa Dias: Variação sobre Glosa (2014), Ressonâncias-Memóras (2003), pour un cadavre exquis (2010), Komm, tanz mit mir! (1997), Cinco Circunstâncias para clarinete e piano (1995); e ainda uma Nova Obra em estreia absoluta, encomenda da Miso Music Portugal. "A minha abordagem musical tem vindo a tomar forma ao longo dos anos, tendo em conta a multiplicidade de meios, géneros e fins" – diz António de Sousa Dias na Entrevista dada ao MIC.PT em Abril de 2017. Este evento é organizado no âmbito do Art’s Birthday 2020 – Euroradio Ars Acustica Special Evening – com transmissão em directo a partir de vários países. A transmissão de Portugal realizar-se-á a partir da Miso Music Portugal (O'culto da Ajuda), através da Antena 2 e em directo para a União Europeia de Radiodifusão. Art’s Birthday é uma celebração em homenagem ao artista francês Robert Filliou que declarou, a 17 de Janeiro de 1963, que a Arte teria nascido exactamente há 1.000.000 anos, quando alguém deixou cair uma esponja seca num balde de água!

A obra Águas Marinhas (2005) para 14 instrumentos de Miguel Azguime – compositor editado pelo MIC.PT –, está incluída no programa do concerto pelo New Music Ensemble of The Glenn Gould School dirigido por Brian Curren, que decorrerá a 19 de Janeiro no Mazzoleni Concert Hall em Toronto (Canadá), no âmbito do 21C Music Festival. Esta peça foi encomendada pela JSCM – Sociedade Japonesa de Música Contempo-rânea e pela ComeT Orchestra, que estreou a sua primeira versão em Tóquio em 2005. A versão final de Águas Marinhas foi estreada no mesmo ano pelo Remix Ensemble Casa da Música sob a direcção de Dominique My e depois gravada no CD Espelho d'Água pela Camerata Aberta dirigida por Guillaume Bourgogne (2012, São Paulo). Esta obra trata da interacção da luz com a água, transmitindo para o universo sonoro os fenómenos de transparência, reflexão, radiação ou separação de cores.

No dia 24 de Janeiro, no Convento São Francisco em Coimbra, decorrerá o lançamento da instalação sonora Campo Próximo, criada em colaboração entre Diogo Alvim, compositor editado pelo MIC.PT e a artista sonora Matilde Meireles. A instalação, que trabalha a percepção e a construção de lugares interligando locais remotos com o espaço em que é apresentada, será activada através de uma intervenção musical de música electrónica, com a participação dos artistas acima mencionados, que desenvolverão os materiais sonoros da instalação Campo Próximo em forma de concerto. O even-to integra o projecto INVASOR ABSTRACTO do OSSO Coletivo que desenvolve iniciativas de cariz experimental, procurando explorar práticas artísticas em articulação com um pensamento crítico, estético e político que contemple a especificidade dos contextos e territórios nos quais estes projectos se inserem.

A obra Dark Energy (2018) para violoncelo, contrabaixo, electrónica e vídeo de João Pedro Oliveira, foi distinguida com o Primeiro Prémio no Concurso Internacional de Composição Electroacústica Musica Nova 2019 (na Categoria de Música Mista); iniciativa organizada há mais de 25 anos pela Sociedade de Música Electroacústica da República Checa. Outra obra deste compositor editado pelo MIC.PT, Time Spell (2004) para clarinete e electrónica, faz parte do recital pelo clarinetista Victor Pereira que decorrerá no próximo dia 14 de Janeiro na Casa da Música. O programa deste concerto inclui também a obra Dimensions I (2019) de Hugo Vasco Reis (compositor editado pelo MIC.PT) e ainda a música de Gérard Grisey e Pierre Boulez. Adicionalmente, a partir deste mês de Janeiro, João Pedro Oliveira assume o cargo de coordenador da área de Composição (Corwin Endowed Chair of Music Composition) na Universidade da Califórnia em Santa Barbara (EUA).

No dia 25 de Janeiro em Vila Real, os músicos do Ensemble da Musicamera estrearão uma nova obra para ensemble instrumental de Jaime Reis, compositor editado pelo MIC.PT. No final do mês, terá lugar o lançamento do DVD do projecto Ver os Sons, Ouvir Imagens pelo Duo Contracello (Adriano Aguiar · contrabaixo; Miguel Rocha · violoncelo), que inclui a obra Fluxus, Drag (2015) de Jaime Reis. Este evento, organizado pela Musicamera Produções, decorrerá no dia 30 na Fábrica Braço de Prata em Lisboa. "Apesar de ter composto mais de uma vez, tendo por base fenómenos que à partida são extra-musicais, como os modelos biológicos, aerodinâmicos, ..., não os vejo apenas como uma fonte de inspiração. Tem mais a ver com a forma como eu conheço e vivo um determinado fenómeno. Também tenho peças inspiradas na literatura e noutras artes que, igualmente, envolvem a forma como eu vivo ou vivi uma determinada obra ou experiência artística" – disse Jaime Reis na Entrevista do MIC.PT de 2016.

O pescador de sons: desafios para piano em dez peças inéditas (2019, CESEM), é o título da nova edição didáctica para piano da pianista Luísa Tender e de Manuel Pedro Ferreira, que inclui o ciclo para piano deste compositor editado pelo MIC.PT, musicólogo, musicógrafo, investigador, crítico musical e intérprete: Le gymnaste – Lamento à sexta – Nocturno. Manuel Pedro Ferreira é Presidente e Director Executivo do CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade NOVA de Lisboa. As suas composições musicais estreadas sobretudo em Portugal, reúnem música de câmara (pequenos conjuntos instrumentais e música para piano) e música coral. Manuel Pedro Ferreira foi incentivado na escrita composicional por Constança Capdeville e Luigi Nono, e, embora tenha frequentado seminários de Emmanuel Nunes, considera-se autodidacta.

Brieff für Teresa (2019) é o título da nova peça de Eduardo Luís Patriarca, para violoncelo e electrónica em tempo real, que será estreada pelo violoncelista António José Oliveira no próximo dia 24 de Janeiro no Salão de Festas do Centro Municipal da Juventude em Vila do Conde. "Sinto-me ligado à escola espectral" – diz este compositor editado pelo MIC.PT na Entrevista dada ao MIC.PT em Julho de 2015. E continua: "Não só pela relação emocional com algumas das obras, mas também com grande parte das linhas orientadoras desta estética. Não ao nível mais profundo da base inicial da «escola» espectral, mas nos resultados finais. Na preocupação com a manipulação de um som por si mesmo, transformar um som no elemento único e exclusivo da criação, como a definição de determinados processos que caracterizam a estrutura formal e harmónica".

Obras de uma compositora editada pelo MIC.PT e um compositor editado pelo MIC.PT – Nuno e os Monstros (2008) de Isabel Soveral com história de Ágata Mandillo e O Leão e o Rato (2019) de Miguel Azguime com o texto de Esopo e La Fontaine – fazem parte dos espectáculos dos Contos Contados com Som, a decorrer nos dias 13 e 14 de Janeiro no O'culto da Ajuda em Lisboa. Este programa inclui também as peças: Platero e Eu (2019) com música de Luís Martins e fragmentos do poema de Juan Ramón Jimènez e A Velha e o Ladrão (2008) com música de Sérgio Pelágio e história de António Torrado. Os espectáculos contam com a interpretação de Ana Baptista e Miguel Azguime (narradores) e com a difusão sonora realizada por Paula Azguime. O projecto dos Contos Contados com Som – dirigido a públicos infanto-juvenis e criado pela Miso Music Portugal para dar continuação à tradição antiga de contar histórias, hoje em dia em vias de desaparecimento – propõe uma maneira inovadora e rica de contar uma história, onde os sons sugerem e completam o sentido semântico das palavras.

Ângela Lopes, António Chagas Rosa, Clotilde Rosa, Isabel Soveral, Jaime Reis e João Pedro Oliveira – são os compositores e as compositoras editadas pelo MIC.PT, cujas obras fazem parte do projecto Ver os Sons, Ouvir Imagens pelo Duo Contracello (Adriano Aguiar · contrabaixo; Miguel Rocha · violoncelo), e sob a chancela da Musicamera Produções. O DVD deste projecto multimédia, em que a música interpretada pelo Duo interage com sequências audiovisuais desenhadas por vídeo-artistas portugueses, será lançado no próximo dia 30 de Janeiro na Fábrica Braço de Prata em Lisboa. A segunda edição deste projecto irá decorrer em 2020/21, contando com a participação dos compositores editados pelo MIC.PT: Cândido Lima, Christopher Bochmann e João Pedro Oliveira; e ainda de: Anne Victorino D’Almeida, Emanuel Pimenta e Mariana Vieira, entre outros artistas.

A partir de Dezembro o MIC.PT tem uma nova Página de Compositor dedicada a Cláudio de Pina, compositor, organista em órgão de tubos e órgão Hammond. Nascido em 1977, Cláudio de Pina concluiu o Mestrado em Artes Musicais em 2018 pela FCSH / UNL com a tese Música instrumental para órgão de tubos e electroacústica, sob a orientação de Isabel Pires. Estudou também com Annette Vande Gorne, Gilles Gobeil, Trevor Wishart, Hans Tutschku, Jaime Reis, Åke Parmerud, Adrian Moore, Eurico Carrapatoso e César Viana. Desde 2018 frequenta o Doutoramento em Artes Musicais (FCSH / ESML) e é investigador no GIMC / CESEM. No seu currículo os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: órgão de tubos; electroacústica; espacialização; reverberação; composição; técnicas estendidas; gravação; convolução; granulação; e Ligeti. O trabalho de Cláudio de Pina já foi apresentado em Milão, Matera, Barcelona, Buenos Aires, México, Kiev, Suíça, Torres Vedras, Viseu, Aveiro e Lisboa.

Christopher Bochmann (CB0124)
Four Fancies (2016) · duas guitarras

Hugo Vasco Reis (HVReis0012)
Transparent(e) (2017) · flauta, viola e harpa

Diogo Alvim (DAlv0005)
Music for Sax and Boxes (2012) · saxofone tenor, electroacústica sobre suporte e electrónica em tempo real

Lino Guerreiro (LGuer0002)
Haze (2015) · clarinete e electrónica

O Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim anuncia e promove o 13.º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim (CICPV), cujo Júri é constituído por: Luís Tinoco (Presidente), Sara Carvalho (compositora editada pelo MIC.PT) e Jesús Rueda. O CICPV tem como objectivo premiar obras de compositores e compositoras nascidas depois de 1 de Janeiro de 1985. O agrupamento de música convidado para esta edição é Drumming – Grupo de Percussão. O prazo para entrega de composições termina a 17 de Abril de 2020.

A Fundação INATEL e a Associação FOLEFEST organizam e promovem o Prémio de Composição Acordeão 2020, cujo Júri é constituído por: Paulo Jorge Ferreira (Presidente), Daniel Moreira (compositor editado pelo MIC.PT) e Luís Tinoco. O Concurso destina-se a compositores e compositoras portuguesas, ou residentes em Portugal, de qualquer idade, mediante a apresentação de obra inédita. Um dos objectivos desta iniciativa é promover e incentivar a criação musical contemporânea para acordeão. A data limite para a entrega de composições é 29 de Maio de 2020.