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Carlos Azevedo em foco no mic.pt durante o mês de Novembro
Este mês na secção Em Foco do MIC.PT disponibilizamos o Questionário / Entrevista a Carlos Azevedo por ocasião do seu 50.º aniversário que se irá celebrar em Dezembro.
Carlos Azevedo, compositor, pianista e arranjador, é um importante protagonista do movimento jazzístico portuense, tendo criado em 2001 a primeira licenciatura em Jazz do país na Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo no Porto, assim como partilhado com Pedro Guedes, desde 1999, a direcção musical da Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM). Dotado de uma excelente técnica pianística, participa regularmente em concertos e festivais dedicando-se crescentemente à composição e aos arranjos num estilo que o aproxima de Maria Schneider e Vince Mendoza.
No campo da composição Carlos Azevedo movimenta-se com igual à-vontade nos universos da música erudita e do jazz, escrevendo para as mais variadas formações desde o instrumento solista à orquestra. Entre as suas numerosas obras é de realçar Drumming the Hard Way (2003) para septeto de percussão, Poema (2007) para nove instrumentistas, 5 Movimentos Sobre o Mar (2006) para quarteto de cordas e piano, Verazin (2009) para quarteto de cordas, Crossfade (2010) para orquestra sinfónica, orquestra de jazz e solista, Tempo de Outono (2013) para clarinete e piano, assim como a ópera Mumadona (2012), com libreto de Carlos Tê, uma encomenda de Guimarães - Capital Europeia da Cultura.
"Para mim, escrever [música] não é um acto de exprimir o que quer que seja. A ideia de desenvolver um acto composicional como forma de exprimir emoções está completamente fora do meu processo criativo", diz-nos Carlos Azevedo no Questionário / Entrevista que publicamos no Em Foco de Novembro.
actividades dos compositores editados pelo mic.pt
ESTREIAS DE DANIEL MARTINHO E NUNO PEIXOTO DE PINHO
As obras para violino e piano, Three Fragmented Perceptions (2014) de Daniel Martinho e Num único [gesto]... saberás tudo aquilo que tenho calado (2014) de Nuno Peixoto de Pinho, terão as suas estreias absolutas durante a tournée nos Estados Unidos do Doppio Ensemble, que irá decorrer entre os dias 12 e 20 de Novembro. No contexto desta digressão o duo visitará várias universidades americanas - Berkeley University e San Jose State University na Califórnia, University of Massachusetts Dartmouth e Lowell, assim como Rutgers University em New Jersey. Além das obras de Daniel Martinho e Nuno Peixoto de Pinho, ambos compositores editados pelo MIC.PT, o programa dos concertos incluirá também a música de Fernando Lopes-Graça, Anne Victorino d'Almeida, Sérgio Azevedo, Jean-François Lézé e Astor Piazzolla. Criado em 2002 pela violinista Evandra de Brito Gonçalves e pela pianista Ana Queirós, o Doppio Ensemble tem-se apresentado em salas e festivais por todo o país, com um vasto repertório que abrange obras desde o Barroco até aos nossos dias, dedicando especial atenção ao repertório português.
Três Estreias de compositores portugueses pelo GMCL
A 8 de Novembro às 16h00 na Casa da Música, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL) irá dar um concerto durante o qual apresentará várias obras portuguesas, algumas delas encomendadas pelo GMCL, e entre os quais se encontram cinco peças de compositores editados pelo MIC.PT: Keep Invention in a noted weed… de Isabel Soveral (estreia), No mais fundo de ti… de Clotilde Rosa (estreia), ECOS - músicas de um dia e de ironia de Cândido Lima (estreia), assim como Remake (1983/85) de Jorge Peixinho, e Oito Poemas Breves de Valter Hugo Mãe (2002) de Fernando C. Lapa, que abrirá o espectáculo. Este programa é complementado ainda com a peça, Siringe e outros sons (2013) de Álvaro Salazar. Fundado na Primavera de 1970 por Jorge Peixinho, o GMCL marca de uma forma incontornável a história da música de arte em Portugal, tendo como objectivo o fomento da produção e divulgação de obras de câmara contemporâneas de várias gerações de compositores portugueses amplamente demonstrado ao longo de mais de 40 anos de existência.
OBRA DE CÂNDIDO LIMA NO 42.º CONGRESSO De VIOLAs NO PORTO
A obra para violoncelo e piano, Sonata sobre Temas Medievais (1969) de Cândido Lima, compositor editado pelo MIC.PT, será apresentada no âmbito do 42.º Congresso Internacional de Violas no Porto, a 27 de Novembro às 16h30 no Mosteiro de São Bento da Vitória. Durante o Congresso, que irá decorrer entre os dias 26 e 30 em vários locais do Porto, serão também apresentadas outras obras dos compositores portugueses dos séculos XX e XXI, nomeadamente, Armando José Fernandes, Fernando Lopes-Graça, Sérgio Azevedo (estreia absoluta), António Victorino de Almeida, Luiz Costa, Luís de Freitas Branco, Emmanuel Nunes (estreia portuguesa), Joly Braga Santos, Alexandre Delgado e Cláudio Carneyro. O 42º Congresso Internacional de Violas Porto 2014, será constituído por cinco dias de intensa actividade musical, que incluem recitais de viola, masterclasses, concertos de orquestra com viola solo realizadas pelos melhores violetistas do mundo, além de numerosas conferências proferidas por relevantes personalidades da comunidade musical e económica do panorama internacional.
ESTREIA DE ANTÓNIO CHAGAS ROSA na Casa da música
A obra para soprano e ensemble de António Chagas Rosa, Elegias Chinesas (segundo Camilo Pessanha) (2014), terá a estreia no dia 18 de Novembro na Casa da Música. Este concerto intitulado Canções do Oriente, e cujo programa inclui também peças de Dai Fujijura, Tan Dun e Unsuk Chin, conta com a participação de Yeree Suh (soprano) e Mei Yi Foo (piano), assim como do Remix Ensemble Casa da Música dirigido por Peter Rundel. Neste contexto a nova obra de António Chagas Rosa, compositor editado pelo MIC.PT, constitui um ciclo de oito canções baseadas em poemas oriundos da longínqua dinastia Ming, uma das descobertas do poeta Camilo Pessanha em Macau.
Patrícia Sucena de Almeida na Revista Glosas
O artigo Stockhausen e a música cénica (parte II) de Patrícia Sucena Almeida, compositora editada pelo MIC.PT, será publicado na rúbrica, Apontamentos em torno de música e transdisciplinaridade, do próximo, 11.º número da revista Glosas, cujo lançamento irá decorrer no dia 29 de Novembro na Biblioteca Nacional em Lisboa. A Glosas é uma revista editada pelo Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa (mpmp), e dedicada à divulgação do património musical de cultura lusófona, com destaque para a música de tradição erudita ocidental, sendo que o próximo número terá em foco o 100.º aniversário de César Guerra-Peixe, violinista, compositor e maestro de origem brasileira.
ESTREIAS DE COMPOSITORES EDITADOS PELO MIC.PT
NO FESTIVAL MÚSICA VIVA 2014
Três compositores portugueses editados pelo MIC.PT, Luís Antunes Pena, Paulo Ferreira-Lopes e Miguel Azguime, terão estreias absolutas das suas obras durante a 20.ª edição do Festival Música Viva que irá decorrer entre os dias 21 e 29 de Novembro, no O'culto da Ajuda em Lisboa. Durante o concerto de abertura protagonizado pelo Sond'Ar-te Electric Ensemble sob a direcção de Pedro Neves, serão apresentadas duas obras escritas especialmente para esta formação de cinco instrumentos com electrónica, Konvolut (2014) de Luís Antunes Pena e Purity I (2014) de Paulo Ferreira-Lopes. Estas estreias serão antecedidas pela apresentação do Cadavre Exquis "acústico", composto por miniaturas de numerosos compositores portugueses, por ocasião do lançamento do CD com a chancela do MIC.PT, Cadavre Exquis. As miniaturas electroacústicas que também compõem esta nova edição serão apresentadas no dia 29 de Novembro durante um dos concertos da Orquestra de Altifalantes. No dia 22 a Orquestra de Altifalantes vai ainda apresentar um programa especial, 40 anos de Música Electrónica, que inclui a peça, Autómatos da Areia (1978/84) de Cândido Lima.
A terceira das estreias, De Fond en Comble (2014) para voz e electrónica, é uma encomenda do barítono Nicholas Isherwood a Miguel Azguime, num recital que terá lugar no dia 26 de Novembro.
O programa desta próxima edição do Festival Música Viva - O Estado da Arte, inclui numerosos eventos, entre acústico e electroacústico, concentrados durante nove dias no O'culto da Ajuda, entre os quais, é também preciso destacar a instalação sonora Sound Walk - Revolução e Metamorfose, para celebrar os 40 anos do 25 de Abril; a performance do sexteto de percussão Colectivo sob a direcção de Pedro Carneiro (dia 25 de Novembro); e ainda os concertos monográficos pela Orquestra de Altifalantes dedicados a dois compositores portugueses de música electroacústica, nomeadamente, António Ferreira (dia 28) e João Castro Pinto (dia 29).
Novo CD sob a chancela do mic.pt
Cadavre Exquis é o título do novo CD editado pela Miso Records sob a chancela do Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa, MIC.PT, cujo lançamento irá ter lugar no O'culto da Ajuda no dia 21 de Novembro, durante o concerto de inauguração do Festival Música Viva 2014. Esta nova edição, realizada no âmbito do projecto europeu MINSTREL, consta de 45 miniaturas musicais, acústicas e electroacacústicas, compostas por ocasião do 25.º aniversário da Miso Music Portugal em 2010, por criadores portugueses, entre os quais numerosos compositores editados pelo MIC.PT: Ângela Lopes, António Chagas Rosa, António de Sousa Dias, António Pinho Vargas, Bruno Gabirro, Cândido Lima, Carlos Caires, Carlos Marecos, Christopher Bochmann, Clotilde Rosa, Duarte Dinis Silva, Filipe Lopes, Isabel Soveral, João Madureira, João Pedro Oliveira, José Luís Ferreira, Miguel Azguime, Patrícia Sucena de Almeida, Paulo Ferreira-Lopes, Pedro Amaral, Pedro Rebelo, Pedro M. Rocha, Ricadro Ribeiro, Rui Penha, Sara Carvalho e Tiago Cutileiro. Fazendo referência ao jogo surrealista de criar obras de arte colectivas, o Cadavre Exquis constitui uma amostra da riqueza que hoje em dia existe na música de arte portuguesa, comprovando o fenómeno por alguns já proclamado como o 2.º Renascimento da Composição em Portugal.
ITINERÁRIO DO SAL DE MIGUEL AZGUIME EM LAGOS
A ópera multimedia Itinerário do Sal com composição de música e texto de Miguel Azguime, e composição vídeo de Paula Azguime, terá duas apresentações para alunos do ensino secundário, a 4 de Novembro, às 11h00 e 15h00, no Centro Cultural de Lagos. Criado entre 2003 e 2006 por Miguel Azguime, compositor editado pelo MIC.PT, o Itinerário do Sal é um one man show que combina de forma singular tradição e contemporaneidade, poesia, teatro, música e imagem, desenvolvendo uma polifonia de sentidos e emoções. Esta ópera é uma reflexão sobre a criação e a loucura, que gira em torno da linguagem, da palavra-sentido e da palavra-som; ambas tratadas como dimensões da voz, e integradas na construção cénica como projecção tangível da ressonância das palavras, através do som e da imagem. Itinerário do Sal é a concretização de um trabalho de criação sobre a escrita, musical, poética e gestual, um monólogo sobre a ausência e a solidão no acto criativo, onde a voz é o prolongamento do corpo e do pensamento do poeta-compositor.
8.º CONCURSO DA PÓVOA DE VARZIM
Fernando C. Lapa e João Madureira, compositores editados pelo MIC.PT, fazem parte do júri do 8.º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim (CICPV), que compreende a modalidade de Música de Câmara, e tem como objectivo premiar obras de compositores portugueses e estrangeiros nascidos depois de 31 de Julho de 1974. O prazo para entrega das obras concorrentes termina a 23 de Março de 2015, sendo que cada candidato poderá apresentar apenas uma peça a concurso. O júri, do qual fazem também parte Vasco Mendonça (presidente) e Alexandre Delgado, irá fazer uma pré-selecção até ao máximo de duas obras finalistas, selecção essa que será anunciada a 20 de Abril de 2015. O público tera a oportunidade de ouvir o conjunto das obras escolhidas, que serão estreadas durante o 37.º Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, entre os dias 10 e 25 de Julho de 2015. Será no final do concerto expressamente dedicado ao CICPV que o júri anunciará os 1.º e 2.º prémios e as eventuais menções honorosas.
COMPOSITORES NA primeira PESSOA
No âmbito do ciclo, Compositores na 1.ª pessoa (II), a 13 de Novembro às 21h30 no Museu Arte Nova em Aveiro, Carlos Caires, compositor editado pelo MIC.PT, irá partilhar com o público algum do seu trabalho composto para instrumentos e electrónica em tempo real. A série II deste ciclo organizado pela associação Arte no Tempo no contexto do projecto Omnia Mutantur, começou com dois encontros em Outubro com a participação dos compositores editados pelo MIC.PT, Isabel Soveral no dia 23 e Cândido Lima no dia 30. O ciclo Compositores na 1.ª pessoa (II) é um guia pela música de cinco compositores, partilhando a forma como eles próprios a entendem, sendo que em Novembro haverá ainda possibilidade de assistir aos encontros com Dimitris Andrikopoulos (dia 6) e Virgílio Melo (dia 20).
INSIDE SILENCE DE SARA CARVALHO em Itália
A obra para piano (preparado) e toy piano, inside silence, de Sara Carvalho, compositora editada pelo MIC.PT, terá apresentações em Itália no âmbito de dois recitais pela pianista Antonietta Loffredo. O primeiro intitulado Antarctica é fruto de uma colaboração com a University of Western Sydney, e terá lugar no próximo dia 7 de Novembro em Como, no contexto da Temporada de Concertos organizada pela Associazione Giouse Carducci. A segunda apresentação da peça de Sara Carvalho irá decorrer a 24 de Novembro em Bolonha, no concerto intitulado Intorno al Pianoforte… durante o San Giacomo Festival. A obra inside silence é uma encomenda do projecto Antarctica e da pianista italiana Antonietta Loffredo.
 
música hoje na antena 2
8 de Novembro
Música de António Pinho Vargas
Duas obras para coro e orquestra de António Pinho Vargas, Requiem (2012) e Judas (2002), na interpretação do Coro e Orquestra Gulbenkian sob a direcção de Joana Carneiro e Fernando Eldoro, são editadas no novo CD da Naxos, disponível desde o inicio do mês de Outubro. Neste contexto a primeira emissão de Música Hoje de Novembro é dedicada à música deste pianista e compositor, uma personalidade activa e inquieta da vida musical portuguesa da actualidade, que na sua criação consegue juntar vários universos aparentemente distintos – o do jazz e também o da música erudita contemporânea.

22 de Novembro
Festival Música Viva 2014
O Festival Música Viva completa este ano a sua 20.ª edição, que decorrerá entre os dias 21 e 29 de Novembro no O’culto da Ajuda em Lisboa. Durante esta emissão de Música Hoje acompanharemos o caleidoscópio da programação deste evento que há mais que 20 anos desafia os públicos, apresentando espectáculos com nova música, entre acústico e electroacústico, dando sempre destaque à criação musical portuguesa. O Festival Música Viva 2014, concentrado durante nove dias no novo espaço da Miso Music Portugal, inclui concertos de música de câmara, da Orquestra de Altifalantes, um minifestival para crianças, a instalação sonora Sound Walk – Revolução e Metamorfose, e muito mais.

Antena 2, à 1h00 da madrugada

partituras mic.pt
A edição de partituras pelo MIC.PT tem como objectivo a distribuição de partituras de obras de compositores portugueses, tornando acessível a sua consulta online e download gratuito, fomentando e promovendo o conhecimento e a escolha de obras portuguesas por parte de instrumentistas, programadores e o seu estudo no meio académico. O Catálogo de Partituras do MIC.PT, disponível online, inclui presentemente 853 obras de 50 compositores portugueses.
quintas abertas
6 de Novembro - 21h30
O'culto da ajuda
Nesta Quinta Aberta, a primeira a decorrer no novo espaço da Miso Music Portugal, O'culto da Ajuda, estaremos à conversa com Filipe Lopes que irá apresentar a sua própria obra e a música de R. Murray Schafer. Quintas Abertas - Agricultura Electroacústica é um ciclo de tertúlias musicais mensais para dar a conhecer as principais correntes da música de hoje; espaço de encontro e diálogo entre criadores e público.
novos CD NO mic.pt
António Pinho Vargas
requiem e Judas
Requiem (2012) e Judas (2002) de António Pinho Vargas

na interpretação do Coro e Orquestra Gulbenkian sob a direcção de Joana Carneiro e Fernando Eldoro

Edição: Naxos
Quarteto de Cordas de Matosinhos
Obras de Telmo Marques, Paulo Ferreira-Lopes e Eduardo Luís Patriarca


na interpretação do Quarteto de Cordas de Matosinhos

Edição: Numérica
Quarteto de Guitarras de Lisboa
Prima Luce
Obras de José Dias, Carlos Marecos, André Santos, Cláudio Cruz, Francisco Tavares, André Santos, Manuel Durão

na interpretação do Quarteto de Guitarras de Lisboa com Pedro Carneiro

Edição: Scherzo Editions
novos dvd no mic.pt
Vertiges de l'image
Les Phonogénistes com António de Sousa Dias


Edição: Laurence Bouckaert, Pierre Couprie, Francis Larvor e António de Sousa Dias
estreias recentes
Ana Seara
Sinestesias
4 de Outubro, Sala Suggia, Casa da Música
Remix Ensemble Casa da Música
Peter Rundel, direcção musical
Eurico Carrapatoso
Três Mulheres com Máscara de Ferro
14 de Outubro, Auditório do CAM, Fundação Gulbenkian
João Paulo Santos,direcção musical
Ana Ester Neves, Angélica Neto, Patrícia Quinta, solistasts
Sofia sousa rocha
Por um dia igual
18 de Outubro, Cine-Teatro Eduardo Brazão, Valadares, Vila Nova de Gaia
Kla-Vier Duo
Patrícia Ventura e Sónia Amaral, piano a quatro mãos
Miguel Azguime
Son a ta demeure
30 de Outubro, O'culto da Ajuda, Lisboa
Solistas do Sond'Ar-te Electric Ensemble
Nuno Pinto, clarinete
Elsa Silva, piano
actualidade
Fernando Lopes-Graça (1906-94)
Fernando Lopes-Graça deixou-nos há 20 anos, a 27 de Novembro de 1994. Este grande compositor, pianista, pedagogo, crítico e ensaísta, deixou uma obra musical extensa a par de uma importante obra literária que nos dá testemunho da sua grande dimensão humanista e da sua intensa actividade cultural e política. Sendo um dos mais prolíficos compositores portugueses, a sua produção artística manteve-se entre 1927 e 1992, tendo produzido 260 títulos e havendo no seu catálogo 694 peças de vários géneros, entre obras válidas, versões, revisões, esboços e transcrições. Um dos aspectos mais relevantes do seu estilo musical tem a ver com o seu empenho para usar o folclore português enquanto um meio para forjar o seu estilo pessoal, à semelhança de Bela Bartók ou Leos Janáček, contudo várias das suas obras são muito cosmopolitas no estilo e abordagem. Como diz Teresa Cascudo nas páginas do livro Dez Compositores Portugueses, coordenado por Manuel Pedro Ferreira e editado pela Dom Quixote: “Muitos equívocos na avaliação da obra de Lopes-Graça têm nascido de falta de compreensão histórica do passado musical português, o qual em grande parte determina, por imitação ou por rejeição, a recepção da sua obra.”
A vida profissional e pessoal de Fernando Lopes-Graça foi frequentemente dificultada pelo regime do Estado Novo devido às suas convicções e afiliações políticas, tendo sido preso várias vezes até à revolução de 25 de Abril, e impedido de leccionar em instituições públicas, como por exemplo no Conservatório Nacional de Lisboa. Apesar destas duras circunstâncias, conseguiu desenvolver uma actividade prolífica, não apenas no que diz respeito à recolha do folclore português juntamente com Michel Giacometti, mas também como animador da vida musical em Portugal, por exemplo como fundador da Sociedade de Concertos Sonata, que dirigiu até 1961, dedicada à divulgação da música contemporânea e que se tornou numa referência da vanguarda intelectual.
Apesar de ser objecto de várias edições discográficas e estudo no meio musicológico português, hoje em dia a obra de Fernando Lopes-Graça ainda continua à espera de um reconhecimento internacional mais amplo, e que lhe é devido tanto pelo seu valor artístico, como pelo papel histórico que desempenhou em Portugal no século XX.
ENIM 2014 - Encontro Nacional de investigação em Música
O IV Encontro Nacional de Investigação em Música, organizado pela Sociedade Portuguesa de Investigação em Música em colaboração com o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM), o Instituto de Etnomusicologia – música e dança (INET-MD), a Câmara Municipal do Seixal e a Escola de Artes do IFCT, decorrerá no Seixal entre os dias 20 a 22 de Novembro. O ENIM 2014 é dedicado às comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, no âmbito do qual a música constitui um vasto campo de investigação, discussão e reflexão crítica. As comunicações apresentadas durante o Encontro abordarão questões ligadas ao processo de alterações sociais, políticas e culturais ocorridas em Portugal durante os últimos 40 anos, assim como experiências análogas noutros países, por exemplo: Música e músicos na resistência política e no processo revolucionário; As transformações da esfera pública e as redes de produção, mediação e recepção; A música nos mass-media e nas redes digitais; Instituições musicais e políticas públicas nas áreas da educação e da cultura; ou Políticas da identidade: em busca do “nacional”, do “regional”, do “local”.
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